Biomédica de Divinópolis cometeu homicídio doloso e fez exercício ilegal da medicina, diz Polícia Civil
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Informação foi dada em entrevista coletiva na tarde desta terça (9); Lorena Marcondes está presa após morte de Íris Martins, que foi submetida a uma cirurgia na clínica dela no Centro da cidade. Coletiva imprensa Polícia Civil Divinópolis, caso biomédica Lorena Marcondes, paciente Íris Martins
Mariana Gonçalves/g1 Para a Polícia Civil, a biomédica Lorena Marcondes cometeu homicídio doloso e exercitava ilegalmente a medicina ao submeter Íris Martins a uma cirurgia considerada de médio grande porte. A informação foi dada em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (8) em Divinópolis. "Ela não tinha local apropriado, ela não é habilitada para esse tipo de procedimento então ela incorreu no risco, e ela deve responder pelo resultado mais grave, que infelizmente foi a morte da vítima. Então ela responde pior homicídio doloso, com dolo eventual, que é aquele que não tinha intenção, mas ela assumiu o risco.", disse Marcelo Nunes, delegado que está à frente do caso. Nunes ainda explicou que o risco foi assumido porque a biomédica não estava habilitada para fazer o procedimento, além de não dispor de equipamento para tentar salvar a vítima no caso de uma intercorrência grave. Lorena Marcondes também poderá responder por fraude processual. "Nós temos informações de que forma retirados materiais de dentro do consultório em sacos pretos e até malas, e isso pode agravar a pena", afirmou Nunes. A auxiliar da biomédica, Ariele Cristina de Almeida Cardoso também pode responder pelos mesmos crime. Segundo a polícia, ela foi conivente com a conduta ilegal da biomédica. "Apesar dela ter ficado em silêncio e não esclarecido a sua participação no crime, há testemunhas de que ela também participou do procedimento, e ela como técnica não poderia fazer esse tipo de procedimento e nem mesmo auxiliar uma profissional que não é habilitada", disse o delegado. A vítima de 46 anos se submetia à retirada de gordura abdominal para enxerto nas nádegas na manhã de segunda-feira (8) quando se sentiu mal e teve uma parada cardiorrespiratória. Ela foi socorrida pelo Samu e levada para o Complexo de Saúde São João de Deus, mas morreu à noite. De acordo com o delegada regional Flávio Destro, o corpo de Íris estava com dez perfurações na barriga, e outras duas, uma em cada nádega. O procedimento, segundo o marido de Íris, Amauri Clarisney Martins disse à PM, custou R$ 12 mil. Na última sexta-feira (5), o casal pagou R$ 650 e o restante do valor foi pago via transferência bancária para a clínica, onde a paciente deu entrada às 6h30. Durante buscas feitas na tarde de segunda-feira na clínica localizada na Rua São Paulo, no Centro da cidade, a polícia apreendeu o celular e computador da clínica, além do computador pessoal da biomédica. "A polícia técnica apreendeu fichas de avaliação de pacientes, recolhemos os conteúdos das lixeiras, das caixas de descartes de injetáveis e resíduos, coletamos equipamentos médicos e cânulas. Coletamos também solventes e soluções que são utilizados para desinfecção de instrumentos hospitalares." disse a perita Paula Lamounier. A perita técnica não encontrou no local o equipamento cirúrgico utilizado na paciente e tampouco a ficha de avaliação de Íris ou informações sobre a quantidade de anestésico usado durante o procedimento A Polícia Civil ainda solicitou as imagens das câmeras de segurança do edifício onde fica localizada a clínica de Lorena Marcondes. O delegado Marcelo Nunes disse que existem outras investigações contra Lorena Marcondes em andamento na Policia Civil. Ao g1 a assessoria jurídica que faz a defesa da biomédica, Controladoria Jurídica Juk Cattani, disse que não vai se manifestar. A reportagem não conseguiu localizar a defesa da auxiliar. 📲 Confira as últimas notícias do g1 Centro-Oeste de Minas 📲 Acompanhe o g1 no Instagram e no Facebook 📲 Receba notícias do g1 no WhatsApp e Telegram Initial plugin text VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas dFONTE: G1 Globo