Da elaboração do modelo à peça pronta, como é produzido o tricô de Jacutinga?
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Com muitos anos no ramo das malhas, o empresário Claudinir Oliveira, conhecido como “Verde”, comentou sobre as várias etapas da produção de peças em tricô
Divulgação: ACIJA A partir da década de 1970, foi que o tricô passou a ser produzido em Jacutinga. Porém, antes da chegada dos primeiros teares retilíneos manual, o crochê era bastante difundido, havia várias “crocheteiras” que confeccionavam manualmente, com apenas duas agulhas, as mais belas peças, como toalhas, caminhos, blusas, gorros, cachecóis etc.Divulgação: ACIJA
Já na década de 1980, os primeiros teares motorizados começaram a chegar na cidade, e logo houve uma proliferação de malharias por todo município. Somente por volta da segunda metade da década de 1990 é que os modernos teares eletrônicos, provenientes no Japão, Itália e Alemanha foram introduzidos em algumas malharias, e de lá para cá, a evolução tecnológica vem se transformando constantemente, assim como todo processo de produção nas malharias.Divulgação: ACIJA
Quem conhece muito bem essa evolução é o empresário Claudinir Oliveira, proprietário da Premier Tricot. Claudinir, que é conhecido na cidade como “Verde”, desde criança esteve envolvido com malharia, já que seu pai foi um dos pioneiros no ramo, isso lá em 1976.Divulgação: ACIJA
"Meu pai era policial militar, e em 76 morávamos em Monte Sião, quando ele adquiriu um tear manual de tricô e montou uma pequena malharia. Já no início da década de 80, mudamos para Diamantina e nessa época ele comprou algumas máquinas retilíneas motorizadas. Eu era criança, e me lembro que algumas pessoas de Jacutinga foram trabalhar com meu pai em Diamantina. Sempre estive envolvido com malharia, já que boa parte de minha infância passei entre fios, teares e malhas. Já adulto, me mudei para Jacutinga em 1994, e continuei no ramo das malhas. Em 2009 montei minha própria malharia, a Premier Tricot”, contou Oliveira. Processo de Produção Com toda essa bagagem e conhecimento em malharia, Verde comentou sobre cada fase do processo de produção das malhas e a importância da informação na elaboração de coleções. “O processo de produção não mudou muito desde a década de 70 para cá, mas a tecnologia das máquinas e a velocidade de informação sobre tendências e conceitos de moda teve uma evolução gigantesca. A começar pela elaboração dos modelos, já que hoje é possível estar antenado com as principais tendências mundiais”. Modelagem: “O modelo é desenvolvido, geralmente por uma estilista ou modelista, que nos passa a ficha técnica, o molde e os materiais que serão usados na peça”. Programação: “A partir do desenho da peça, ou foto, o programador projeta cada detalhe que será utilizado no tecimento da peça. É possível inclusive, através da programação, visualizar a peça já pronta, para aprovação da modelista e do cliente”. Tecimento: “Com o programa aprovado, ele é salvo em um pen drive, ou diretamente no computador do tear eletrônico para o tecimento. Geralmente, são tecidos os panos de cada parte da peça, como frente, costas, mangas e acabamentos”. Passadoria: “Após os panos tecidos, eles são encaminhados para o setor de passadoria, onde são preparados para o setor de corte. A passadoria também é responsável pelas peças prontas, para a dobra e embalagem final”. Corte: “Através do molde desenvolvido pela estilista ou modelista, os panos são cortados e organizados para a costura das peças”. Costura: “Esse trabalho é realizado pelas overloquistas, que realizam a junção das partes da peça (frente, costa e mangas). Também pode haver costuras especificas a depender do modelo, como reforços, casas para botão, bolsos, remalho de golas e outros detalhes”. Arremates: “Nessa fase, são realizados os últimos retoques, como arrematar os fios que sobram da costura ou pequenos ajustes do tecimento, por exemplo”. Controle de qualidade: “Todas as peças são conferidas e medidas para que estejam dentro das especificações requeridas pelo cliente”. Expedição: “As peças são embaladas ou organizadas em araras para serem despachadas ao cliente, finalizando assim todo processo de produção de uma peça de tricô produzida em uma malharia”, concluiu o malharista Claudinir “Verde” Oliveira. Para conferir o resultado de todo esse processo de produção das malharias da cidade, basta fazer uma visitinha ao Festival Fest Malhas e ver de perto as mais belas peças em tricô e crochê, do vestuário feminino, masculino e infantil, nas mais de 680 lojas em Jacutinga.Divulgação: ACIJA
Serviço Festival Fest Malhas Onde: Jacutinga (MG) Quando: De 8 de junho a 9 de julho de 2023 Vila Mineira: Largo da Antiga Estação Ferroviária Horário: De segunda a sexta-feira das 8h às 18h; aos sábados, domingos e feriados das 8h às 20h. Entrada franca. Para outros detalhes, basta acessar o Instagram oficial da Fest Malhas @festmalhasjacutingaDivulgação: ACIJA
FONTE: G1 Globo