Dois anos após transplante, receptor encontra doador de medula pela 1ª vez em MG: ‘Motivo de muita alegria’

09 jun 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Primeiro abraço que selou essa 'amizade de sangue' foi em Poços de Caldas (MG). Foi um ano e meio até descobrirem informações um sobre o outro e, só assim, se conheceram virtualmente. Dois anos após o transplante de medula óssea, os novos 'amigos de sangue' finalmente se encontraram. O primeiro abraço que selou a amizade entre José Augusto, de Poços de Caldas (MG) e João Otávio, de Florianópolis (SC), aconteceu nesta sexta-feira (9).

José Augusto, mais conhecido como Zé, é de Poços e lutava contra um câncer até receber a doação de João Otávio. Eles precisaram aguardar 18 meses para terem acessos aos dados um do outro.

No início deste ano, os dois se conheceram pela internet. Desde então vinham se falando por mensagens ou ligações de vídeo. Agora, dois anos após o transplante, se conheceram pessoalmente.

Dois anos após transplante, receptor encontra doador de medula pela 1ª vez em MG: 'Motivo de muita alegria'

Reprodução EPTV

"É um dia muito importante. O dia da pega da medula foi importante, o dia da infusão da medula foi importante e hoje finalmente o dia em que a gente se conheceu pessoalmente. Até então era só uma pessoa doou, um rapaz de 22 anos, você não sabia quem era, e hoje a gente selou esse encontro, um motivo de muita alegria", disse o estudante José Augusto de Oliveira.

"Nada como o tato, a gente se encontrar, poder se abraçar, passar esse sentimento que a gente vem cativando ao longo desses últimos meses", disse o doador, o advogado João Otávio Caminha.

O pai de José Augusto foi um dos primeiros a abraçar o doador, que ele desejava conhecer há muito tempo.

"O João acho que não tem ideia do que ele fez. Ele simplesmente salvou uma família. Ele deu a vida pra uma família, Deus usou ele pra resgatar nós, nós estávamos precisando de ajuda. Deus colocou o João, não conhecia, estou muito feliz por ele, eu só quero que ele seja feliz a vida inteira, ele e a família dele. Ele foi demais, o João teve uma coração muito grande, eu abracei ele como filho mesmo", disse o pai do José Augusto, José Silva.

Além do transplante, o José Augusto ainda precisou de dezenas de bolsas de sangue durante o tratamento. Por isso, os dois incentivam que as pessoas sejam doadoras de sangue ou de medula.

Dois anos após transplante, receptor encontra doador de medula pela 1ª vez em MG: 'Motivo de muita alegria'

Arquivo Pessoal

"O brasileiro é um povo tão solidário, mas peca muito nessa questão de doações ainda. Então é um trabalho de formiguinha que a gente tem que fazer, mostrar a importância, tanto as doações de sangue, de medula, quanto de outros órgãos. Eu conheço várias pessoas que têm qualidade de vida graças às doações de outros órgãos, a gente tem que promover a vida", disse José Augusto.

"Façam o cadastro, se inscrevem para ser doador de sangue, doador de medula, é algo muito simples da nossa parte, muito simples mesmo, a gente quando vai doar não tem gasto, é tudo financiado pelo SUS, não dói, as pessoas têm receio com isso, mas não dói a gente é muito bem atendido, muito bem preparado e a gente tem a chance de poder ajudar alguém de verdade a salvar uma vida", completou João Otávio.

João Otávio e a família ficarão em Poços de Caldas, no Sul de Minas, até terça-feira (13). Além de bastante tempo para conhecer a cidade, também poderão conhecer um pouco mais dessa nova família que agora ele faz parte.

Conheça a história de Zé

José Augusto foi diagnosticado com Leucemia Linfoide Aguda em abril de 2020. Zé, como é conhecido, conseguiu um doador por meio do Redome, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea.

Até então, o dono da medula era apenas uma pessoa desconhecida com 90% de compatibilidade. Um doador que fez com que Zé ganhasse uma nova oportunidade de vida.

Jovem celebra cura do câncer após transplante de medula óssea feito em 2021: 'É o ano do meu renascimento'

Arquivo pessoal

Na época, a curiosidade falou mais alto e ele foi em busca de informações. Descobriu que era um jovem, de 22 anos, brasileiro, com o mesmo tipo sanguíneo dele, O+.

Uma das regras é que o Redome não divulga imediatamente os dados do receptor e do doador. Eles só podem se conhecer 18 meses após o procedimento se ambos concordarem.

O transplante

O transplante foi realizado em maio de 2021, em São José do Rio Preto (SP). Foi apenas no fim do mês, no dia 31, que o jovem soube da “pega” da medula óssea.

A notícia foi recebida com bolo e parabéns. José Augusto decidiu comemorar a data como se fosse seu primeiro ano de vida. A celebração foi no Hemocentro de Poços de Caldas, como forma de agradecer e relembrar os momentos vividos por ele durante o tratamento.

Equipe médica surpreendeu José Augusto no dia em que a medula "pegou"

Arquivo pessoal

“Eu fiz a infusão no dia 14 de maio e a minha medula pegou no dia 31 de maio. A partir do dia que ela pegou é meu novo aniversário. Agora, eu faço aniversário duas vezes por ano: no dia 11 de janeiro, quando nasci, e no dia 31 de maio, quando a medula pegou e o novo sangue começou a ser produzido” disse ao g1, em 2021.

Amizade de sangue

Um ano e meio após transplante, poços-caldense conhece doador de medula

Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO