Estagiária que denunciou assédio sexual de servidor na Câmara em Santa Rita do Sapucaí: ‘Casa de lei que deveria ser respeitada’
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Jovem de 20 anos trabalha na câmara há cerca de 8 meses. A Câmara de Vereadores abriu uma sindicância para apurar a denúncia. Câmara abre sindicância para apurar denúncia de assédio sexual de servidor
"Constrangida, no meu local de trabalho, que é uma casa que deveria ser respeitada, uma casa de lei", desabafou a jovem. Além do constrangimento, ela também sentiu crises de ansiedade, ficou sem comer e dormir. O desabafo é de uma estagiária de 20 anos que recentemente denunciou um caso de assédio sexual que teria enfrentado há algum tempo na Câmara de Vereadores de Santa Rita do Sapucaí (MG). A Câmara abriu uma sindicância para apurar a denúncia. "Desde quando eu entrei lá, nas minhas primeiras semanas, ele puxava minha cadeira para perto da dele. Ele ficava passando a mão nas minhas pernas, passando a mão nas 'minhas barrigas'. Ele puxava o meu queixo para perto do dele". De acordo com a jovem, os fatos ocorreram em salas da Câmara de Vereadores. Há cerca de 8 meses ela trabalha na câmara diretamente com o servidor, que é secretário-geral da casa. Câmara de Vereadores de Santa Rita do Sapucaí (MG) Câmara de Vereadores de Santa Rita do Sapucaí "Pedia para eu digitar alguma coisa no computador dele e simplesmente pegava o celular e tirava uma foto minha trabalhando. E eu perguntava o porquê disso, só que eu nunca via a foto". Desde que os supostos abusos começaram, ela tem enfrentado traumas psicológicos. A jovem conta sentir medo de ir trabalhar e passar por situações constrangedoras novamente. "É muita crise de ansiedade, não consegui comer, não consegui dormir. Tenho medo de que ele possa fazer alguma coisa comigo ainda, porque eu não posso garantir nada". A estagiária relata que tem passado por acompanhamento psicológico. Recentemente ela também foi encaminhada para ter consultas com um psiquiatra. "Para ver o que eles podem me ajudar, para que eu possa melhorar o quanto antes", completa. Denúncia A denúncia foi recebida na Câmara de Vereadores de Santa Rita do Sapucaí (MG). Ela decidiu falar sobre o caso quando soube que o servidor retornaria ao trabalho das férias neste mês e não queria continuar sofrendo as violências. A estagiária prestou depoimento na quarta-feira (2). Ela foi ouvida pelo presidente da casa, Reinaldo de Cássia Amaral, o procurador-geral Euler Ferreira Pereira e o assessor de relações institucionais, Leonardo Reseck Moreira. Na quinta-feira (3), a sindicância foi instaurada para apurar as denúncias. Já nesta sexta-feira (4), a moça registrou um boletim de ocorrência na Polícia Militar. De acordo com o documento, o suposto autor puxava a cadeira onde a vítima estava sentada sempre para bem próximo a ele e pegava no queixo e tocava as partes íntimas dela sem autorização da jovem. O homem ainda tirava fotos da mulher no local de trabalho sem permissão. Câmara abre sindicância para apurar denúncia de assédio sexual de servidor em Santa Rita do Sapucaí Câmara de Santa Rita do Sapucaí Segundo o advogado da vítima, Ygor Sampaio, que representa a vítima, ela contou que o assédio aconteceria desde o ano passado. Ainda segundo o defensor, esse foi o primeiro passo para uma ação na Justiça. "Vamos na segunda-feira (7) representar [a ocorrência], perante a Polícia Civil. Iríamos fazer isso ontem, infelizmente pelas condições psicológicas dela não foi possível. Depois vamos remeter a denúncia ao Ministério Público, para que o MP também possa denunciá-lo perante a Justiça", informou o advogado. A Câmara de Vereadores de Santa Rita do Sapucaí informou em nota que a comissão formada para apurar as denúncias vai ouvir todas as partes envolvidas, além de testemunhas. Informou ainda que o trabalho de sindicância é sigiloso e que outras informações só serão divulgadas após a conclusão dos trabalhos. A comissão terá 30 dias para apurar os fatos. A EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, entrou em contato com o secretário-geral da Câmara de Vereadores, denunciado como autor dos abusos. Ele informou que são acusações absurdas e infundadas e que por orientação do advogado, não iria se manifestar. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo