Falta de professores de apoio preocupa mães e familiares de crianças com autismo em Bom Sucesso, MG
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Ministério Público entrou com ação para contratação de novos profissionais, mas prefeitura recorreu da decisão. Problema se estende há quase um ano. Falta de professores de apoio em Bom Sucesso preocupa mães e familiares
A falta de professores de apoio para alunos com o transtorno do espectro autista preocupa mães de Bom Sucesso (MG). Na Escola Municipal Professora Henriqueta Vitorinha Maia, crianças estão sem aula desde agosto do ano passado por causa da falta de profissionais. Por causa disso, algumas mães decidiram entrar na Justiça. Quase um ano após a primeira ação, o filho da Janaína continua sem estudar. “Nós optamos por não matricular ele, porque o direito dele é aqui e nós optamos por aguardar”, afirmou Janaína Xavier Porto, mãe do Enzo. Falta de professores de apoio preocupa mães e familiares de crianças com autismo em Bom Sucesso, MG Reprodução/EPTV Em maio deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais entrou com uma ação contra o município e deu 30 dias para a Secretaria de Educação contratar professores de apoio. O prazo venceu no dia 25 de junho e a prefeitura recorreu à ação. “A prefeitura recorreu e agora a gente tá esperando a decisão do processo que nós movemos. Alguns pais fizeram denúncia no MP de Belo Horizonte. Tiveram deputados que pediram a instauração de uma comissão pra acompanhar o que tá acontecendo com os estudantes da educação especial na cidade de Bom Sucesso”, contou Janaína. Falta de professores de apoio preocupa mães e familiares de crianças com autismo em Bom Sucesso, MG Reprodução/EPTV A administração municipal emitiu um comunicado nesta terça-feira (27) afirmando que nunca se negou a matricular nenhum aluno com autismo e, para melhorar o serviço, todo atendimento da educação especial foi centralizado na sede do município. O Lucca mora perto da antiga escola, mas com a falta de professores de apoio teve que ser matriculado em Ijaci (MG), cidade vizinha, para não perder o ano letivo. “Pra gente é muito complicado, porque tem que levar e buscar todos os dias. Tem que sair cedo, ir pra outra cidade. É algo que a gente não esperava e que nenhuma família quer passar, sendo que aqui no Brasil a gente tem a promessa de uma educação gratuita, com transporte. Nós temos que trabalhar pra conseguir carro, gasolina”, disse Raiane Aparecida Manoel, tia do Lucca Rafael e estudante da UFLA. Falta de professores de apoio preocupa mães e familiares de crianças com autismo em Bom Sucesso, MG Reprodução/EPTV O assunto foi discutido na Câmara de Vereadores de Bom Sucesso. A prefeitura apresentou um projeto de Lei pedindo a aprovação do abono salarial para os professores efetivos. A ideia é que eles possam desempenhar também a função de apoio. O projeto deve ser votado na semana que vem, mas para as famílias dos alunos esta não é a solução dos problemas. “A pessoa, pra ser professor apoio, ela tem que cumprir requisitos, ela tem que ter cursos específicos pra trabalhar e cada aluno tem uma necessidade. O Enzo, toda atividade dele tem que ser adaptada pro papel A3. Essa é uma necessidade do Enzo, os outros autistas não têm as mesmas necessidade, são necessidades diferentes", disse Janaína. “Pra gente não é vantagem, nem pro professor. Porque uma criança especial, precisa de uma atenção especial. Um professor cuidando de 20 alunos, mais uma ou duas crianças especiais, ele não vai conseguir dar o apoio para os dois grupos”, disse Raiane. Enquanto isso, elas continuam esperando providências do Poder Público. “A gente espera respeito, pelas crianças, pelas famílias da cidade. A gente sabe que não é só por eles agora, São pelas crianças que virão depois. A gente sabe que vão ter mais crianças que vão precisar. E a gente espera que eles voltem com os professores de apoio da escola”, finalizou Raiane. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo
