Justiça mantém prisão de ex-prefeito de cidade de MG preso por matar esposa médica em quarto de hotel no ES

04 set 2023
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Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, e o motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foram presos pela morte da médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos foi preso por matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos

Reprodução/Redes sociais

O ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, e o motorista dele, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, presos suspeitos matar a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, esposa de Fuvio, em um quarto de hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pela Justiça do Espírito Santo nesta segunda-feira (4).

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O ex-prefeito foi autuado em flagrante por feminicídio e o motorista por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Ambos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina, onde permaneciam presos até a publicação desta reportagem.

Em sua decisão, o juiz João Carlos Lopes Monteiro Lobato Fraga destacou a existência de prova do crime e indícios da autoria de Fuvio e Robson.

"Trata-se de crime de homicídio (feminicídio), perpetrado de maneira fria e desprezível, imputado ao marido da vítima e ao outro custodiado. Conforme laudo apresentado pelo SML, a vítima sofreu diversas (graves) lesões, sendo as causas da morte, hipoxemia, asfixia mecânica, broncoaspiração e traumatismo cranioencefálico, informou o juiz.

No processo da audiência de custódia consta ainda que no quarto do hotel foram apreendidos diversos medicamentos, entre eles, morfina, clonazepan, dormonid, jardiance, seringas, agulhas e na janela abaixo do quarto parte de um vidro do medicamento kentamina. Também foi encontrado um "pó branco" que foi encaminhado para análise.

"Em razão da reprovabilidade das condutas em tese praticadas pelos autuados e para a garantia da ordem pública, entendo que a segregação cautelar é medida que se impõe no presente caso", justificou o juiz em sua decisão.

uvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi prefeito de Catuji, em Minas Gerais, e está preso suspeito de matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos

Reprodução

Procurada pelo g1, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina. Detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto.

O advogado criminalista Siderson do Espírito Santo Vitorino, contratado pela família da médica, contou que está em contato com a Delegacia de Homicídios de Colatina e segue ajudando no fornecimento de todas as informações relacionadas ao casal. Ainda de acordo com o advogado, a médica vivia sob ameaças constantes do marido e tentava a todo custo o divórcio.

Até a publicação desta reportagem, o g1 não havia obtido contato dos presos.

De acordo com dados da plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fuvio foi prefeito de Catuji por dois mandatos consecutivos. O primeiro, em 2012, recebeu 4.051 votos. No segundo, em 2016, 3.286.

Juliana e Fuvio moravam na cidade mineira Teófilo Otoni, mas estavam hospedados no hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. No quarto ao lado, estava o motorista do casal.

O que se sabe sobre médica de MG morta em quarto de hotel no ES

Juliana era médica em Teófilo Otoni e o pai dela, Samir El-Aouar, é ex-prefeito da cidade e atua na mesma profissão.

Nas redes sociais, o ex-prefeito celebrou a data do casamento com a médica no dia 17 de novembro de 2018.

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O crime: entenda como tudo aconteceu

A médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar foi encontrada morta em quarto de hotel do ES

Reprodução/Redes Sociais

Juliana Pimenta Ruas El Aouar foi encontrada morta na manhã de sábado (2) em um quarto de hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, onde o casal estava hospedado.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, o cenário encontrado pelos peritos foi o quarto toda revirado, sangue nas roupas de cama e a médica toda machucada.

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Consta ainda no documento que os peritos encontraram vidros de remédios quebrados e a janela do quarto onde o casal estava aberta, o que levou os profissionais a verificaram se se havia sido jogado para fora do espaço.

Os peritos encontraram, então, um medicamento de uso controlado, indicado como agente anestésico único para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos que não necessitem de relaxamento muscular esquelético. O produtos estava no estacionamento do hotel, exatamente embaixo do quarto do casal.

No atestado de óbito da médica, as causas da morte apontadas são:

Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue)

Asfixia mecânica

Broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória)

Traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral)

Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências do hotel. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal.

Ainda de acordo com o relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, Fuvio compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Neste momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local.

Ex-prefeito e motorista deram versões diferentes

Marido de médica de MG e motorista do casal foram presos pela morte da profissional em hotel do ES

PC/Divulgação

De acordo com boletim, o marido da médica e o motorista do casal deram versão diferentes sobre a morte de Juliana.

Consta no documento que um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar Fulvio sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o esposo relatou que a médica teria passado por um procedimento cirúrgico em um hospital particular da cidade na sexta-feira (1º), e que, após isso, os dois teriam ido a uma churrascaria. Segundo o esposo de Juliana, ela estava feliz e ambos foram dormir às 20h.

O marido da médica ainda relatou que, quando acordou por volta de 8h de sábado, encontrou a esposa desmaiada na cama, possivelmente já morta, e foi orientado pelo Samu a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.

Em contrapartida, ainda segundo o boletim de ocorrência, o motorista do casal relatou uma versão diferente, no qual teria sido chamado pelo marido de Juliana para ir ao quarto onde os dois estavam hospedados, pois a média havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

O ex-prefeito e o motorista do casal foram encaminhados à Delegacia Regional de Colatina.

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FONTE: G1 Globo


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