MP denuncia Prefeito de Jacutinga por crime de responsabilidade pela contratação irregular de servidores temporários

12 jul 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

MP propôs uma Ação Civil Pública contra o município para proibir novas contratações temporárias. Prefeitura afirmou que caso é baseado em informações incompletas ou fatos recortados do contexto real. O Ministério Público denunciou o prefeito de Jacutinga, Melquíades de Araújo (Solidariedade), por crime de responsabilidade pela contratação irregular de servidores temporários. O MP também propôs uma Ação Civil Pública contra o município para proibir novas contratações temporárias.

Segundo a denúncia, entre 2017 e 2020, o prefeito teria admitido inúmeros servidores para trabalharem na prefeitura por meio de contratos temporários, sem concurso público.

Ainda de acordo com o MP, em alguns casos, as contratações teriam sido feitas sem necessidade temporária e sem atender o interesse público de forma excepcional. Em outros, as pessoas teriam sido contratadas sem processo simplificado e com “afronta ao prazo máximo contratual permitido pela legislação municipal, contrariando o que é previsto na legislação”.

A Promotoria de Justiça instaurou inquérito Civil a partir da documentação encaminhada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jacutinga.

De acordo com as investigações, a Prefeitura de Jacutinga tem um “histórico de contratações sem concurso público que remontam gestões passadas e, não apenas perseveraram, como se acentuaram no primeiro mandato do denunciado”.

Ainda segundo o MP, na representação encaminhada pelo sindicato foi relatado que 60% dos servidores do município eram contratados e ocupavam cargos de provimento efetivo. Os contratos ainda não preenchiam os requisitos legais exigidos para contratação temporária.

O MP informou que, segundo informações apresentadas pelo município, o número de contratos no período chegou a 1.375 servidores. Em 2017, a prefeitura gastou R$ 13.855.732,21 com contratações por tempo determinado. Em 2018, o gasto subiu para R$ 16.065.677,55, em 2019, para R$ 17.954.267,56, chegando a R$ 20.492.645,48 no ano de 2020.

A denúncia do MP foi aceita pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O Ministério Público também chegou a propor ao prefeito a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta para sanar as ilegalidades. Porém, o prazo venceu e o prefeito não retornou sobre a assinatura do acordo.

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de Jacutinga disse por meio de nota que o caso é baseado em indícios colhidos de informações incompletas ou fatos recortados de forma parcial do contexto real da situação.

Ainda de acordo com a prefeitura, a denúncia do Ministério Público se baseia em pontos equivocados, que serão esclarecidos no decorrer do processo.

A administração explicou que a contratação temporária é realizada com base na Constituição Federal e a lei municipal e que a contratação dos servidores foi feita por meio de processo seletivo de análise curricular ou de provas.

A prefeitura também pontuou que a denúncia do MP considera as prorrogações contratuais irregulares baseando-se na lei de 1998, com prazo de seis meses. Em 2017, esta lei foi revogada e amplia o prazo para um ano.

A nota encerra dizendo que não houve excesso de contratações ou gastos exorbitantes com servidores e que os valores estão em 38% do orçamento anual, ou seja, abaixo dos 51% recomendado pela lei de responsabilidade fiscal.

“Por fim, também se mostra relevante esclarecer a vedação por Lei Federal de realização de concurso público no decorrer da pandemia, o que atrasou em dois anos o planejamento da realização de um concurso amplo”.

Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO