‘Nós achamos foi água’, disse amigo de idoso que morreu ao cair em buraco em busca de ouro em MG

05 jan 2024
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Vítima cavou um buraco de 40 metros na área de serviço de casa, escorregou e acabou morrendo.

O comerciante que estava com a vítima contou que tentou segurar o amigo mas não conseguiu. Bombeiros no momento do salvamento

Corpo de Bombeiros

"Existem processos legais que a pessoa tem que ter autorização dos órgãos ambientais porque o solo pertence a União. E tem toda a questão de equipamentos e de impostos que a pessoa tem que pagar. Um risco muito grande que essa pessoa correu e infelizmente veio a se vitimar. Porque, ela está fazendo uma atividade em altura, necessita de equipamentos e

Um comerciante, amigo do idoso João Pimenta da Silva, de 71 anos, que morreu ao desequilibrar e cair de um buraco de 40 metros de profundidade em Ipatinga na quinta-feira (4), contou que estava com a vítima no momento do acidente. Ele tentou salvar o vizinho, chegou a segurá-lo mas perdeu as forças.

Segundo o corpo de bombeiros, a escavação feita por João era ilegal (saiba mais abaixo).

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"Eu estava aqui trabalhando e ele veio me pedir ajuda para tirar a água do buraco. Tava batendo mais ou menos na cintura. Descemos a bomba e retiramos dois baldes de 18 litros. Ele resolveu retirar a bomba para guardar. Eu falei com ele para deixar para lá porque tava chovendo, parecia que alguma coisa tava tentando me fazer impedir ele. Ai montamos o elevador de novo e ele desceu até a metade do poço, depois ele resolveu voltar", contou o amigo Antônio Wilson Costa.

"Quando chegou no topo, balanço começou a escorregar e ele ficou preso na corda pelo braço. Eu tentei segurei ele, sozinho, não tinha como pedir socorro. Mas se eu continuasse segurando eu ia junto. Eu só escutei o barulho."

Depois disso, Antônio correu e pediu ajuda. O corpo de Bombeiros chegou, fez o resgate, mas João já havia morrido.

O amigo contou também que a escavação começou há seis meses e que ele recebia R$ 250, por dia de serviço. Disse ainda que eles usaram máquinas e até oxigênio nos trabalhos.

Contou também também que, chovia muito no momento em que João pediu ajuda para retirar a água do poço e que ele tentou impedir o vizinho da façanha.

"Ele chamou um pessoal lá de Teófilo Otoni, não sei se é biólogo, para avaliar o lugar e começar a cavar. A gente começava, parava um dia, depois continuava. Eu trabalhei até chegar em 19 metros. A gente tinha compressor de oxigênio, martelete, bomba. A procura dele era ouro, mas esse ouro, não tinha de jeito nenhum, nós achamos foi água", disse o amigo.

Ainda, segundo o comerciante, a vítima recebeu uma revelação em um sonho e teve a certeza de que embaixo da casa tinha ouro.

"Ele falava que recebeu uma mensagem que tinha ouro na cozinha da casa dele. Nós procuramos mas ele não achou. Custou muito caro pra ele", disse Antônio.

O capitão do Corpo de Bombeiros Leonardo Schin disse que a atividade feita por João era ilegal e que ele corria muitos riscos.

"Existem processos legais que a pessoa tem que ter autorização dos órgãos ambientais porque o solo pertence a União. E tem toda a questão de equipamentos e de impostos que a pessoa tem que pagar. Um risco muito grande que ele correu e infelizmente veio a se vitimar. Porque, ele estava fazendo uma atividade em altura, necessitava de equipamentos de segurança. Há um risco durante o processo de escavação, a terra pode cair e a pessoa ser soterrada", explicou o capitão.

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FONTE: G1 Globo


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