ONG faz campanha nacional para colocar fim em charretes de tração animal em Poços de Caldas, MG
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Prefeitura havia anunciado mudança para carruagens elétricas e entidade quer mudança imediata. Uma ONG de São Paulo quer colocar fim às charretes de tração animal em Poços de Caldas (MG). Para isso, a entidade criou uma ação chamada Campanha Nacional pela Liberdade dos Cavalos. A prefeitura havia anunciado a mudança das charretes para carruagens, mas ainda prepara edital para fazer a alteração.
O objetivo da ONG com a campanha é retomar as discussões sobre o tema e, também, fazer uma ação civil pública contra a prefeitura e contra a Associação dos Condutores de Charretes. “Foi aprovado na Câmara Municipal o fim das carroças nos próximos cinco anos, mas não buscamos nos próximos cinco anos. A gente busca que essa prática seja abolida imediatamente ou no menor tempo possível. Para isso, bastaria vontade política do prefeito, apenas isso bastaria”, disse o presidente da ONG, Leandro Ferro. O movimento afirma que os animais que puxam as charretes são vítimas de maus tratos. “Os animais são obrigados a levar pesos excessivos no trajeto. A maioria dos animais não é acondicionado corretamente, não tem ferradura correta, os próprios elementos que agregam a charrete ao animal não estão corretos. Existam várias evidências de institutos e veterinários atestando as irregularidades e sofrimento que os animais passam”, falou Ferro. O fim das charretes também é algo requerido por parte dos comerciantes da cidade. “São 28 anos de luta de conscientização, contra a exploração dessa prática. Queremos a troca dos animais pelas carruagens. Estamos cobrando do prefeito, que foi uma promessa que ele fez. Por que essa morosidade?”, questionou a comerciante Cristiane Bachi. ONG faz campanha nacional para colocar fim em charretes de tração animal em Poços de Caldas, MG Reprodução/EPTV O presidente da Comissão de Proteção à Causa Animal da OAB e do Conselho Municipal de Proteção Animal, Lucio Cassilla, chegou defender a Associação dos Protetores dos Animais de Poços de Caldas quando foi impetrada uma ação civil pública por causa de supostos casos de maus-tratos. “Não só por questão de maus-tratos, mas por questão de trânsito, por questão de zoonose. A lei 3432, de 1983, que regulamenta a atividade, nunca foi respeitada em nenhum dos itens. Então, não tem o porque uma atividade tão maléfica ao meio ambiente ocorrer na cidade”, disse o advogado. São quase 30 charreteiros que atuam na cidade. Eles afirmam que não há maus-tratos e que existem diversas regras dentro da associação deles justamente para garantir o bem estar dos animais. “Nós temos de dois a três animais cada um, trabalhamos em uma escala de um dia trabalhar uma turma e no outro um grupo diferente. O cavalo, nisso, tem chance de descansar. Não tem nenhum cavalo magro, temos como provar isso com documentos”, falou o presidente da associação, Francisco Carlos Rodrigues. Prefeitura anunciou troca de charretes de tração animal por carruagens elétricas em Poços de Caldas (MG) Reprodução/EPTV Em Poços de Caldas, a prefeitura chegou a anunciar em 2021 que substituiria as charretes por carruagens elétricas. Em outubro do ano passado, um protótipo foi apresentado. E a prefeitura afirma que ainda este ano deve publicar um edital pra iniciar a compra desses veículos. “As carruagens elétricas são um programa que está dentro da Aneel. Foi desenvolvido o protótipo em Poços de Caldas, em parceria com o instituto federal, a PUC e o DME. Agora, após isso, estamos desenvolvimento um edital para que possamos ao decorrer desse ano fazer de 5 a 10 unidades do protótipo para que, gradativamente, seja feita a substituição das charretes”, comentou o Secretário de Comunicação, Antônio Donizete Albino. Ainda segundo o secretário, assim que as carruagens estiverem prontas, a prefeitura vai definir de que forma será feita a concessão para atender primeiro às pessoas que já trabalham na área. Em São Lourenço, foi aprovada no início do mês uma lei que acaba com as charretes e segundo o Secretário de Planejamento, Daniel Donato, a lei deve ser sancionada até a próxima quarta-feira (28). Os charreteiros têm prazo de seis meses pra encerrar as atividades. Para compensar, eles vão receber R$ 30 mil e cesta básica mensal durante um ano. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo