Pessoas com deficiência viram modelos em desfile inclusivo em Divinópolis: ‘Podemos usar o que quisermos, só precisamos de oportunidade’

18 jun 2023
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Com o tema 'A roupa que você veste, eu também posso vestir', esta foi a primeira edição do evento. Confira relatos de participantes. Desfile de moda inclusiva é realizado em Divinópolis

Um desfile inclusivo, com intuito de desfazer padrões estéticos da indústria da moda, reuniu no sábado (17) mais de 10 pessoas com algum tipo de deficiência na passarela do Divishop, em Divinópolis. Essa foi a primeira edição do evento, que teve como tema "A roupa que você veste, eu também posso vestir".

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Aberto ao público, a edição contou com modelos profissionais, que desfilaram acompanhados de integrantes do grupo “Somos Superação”. Para enfatizar o propósito da ação, ambos subiram na passarela vestindo o mesmo look.

Douglas da Guarda é palestrante, saxofonista e também virou modelo por um dia

Anna Lúcia Silva/g1

Na abertura do evento, o palestrante Douglas da Guarda, apresentou um stand up, mostrando o poder da superação e que as limitações físicas não são empecilhos para realização de sonhos.

Mostrou que ele próprio, é um exemplo disso, já que sem uma das mãos ele toca saxofone. Douglas também foi modelo por um dia e falou da importância do evento.

"Divinópolis é uma cidade polo, que chama atenção pelo universo da moda. Então esse evento mostra que nós, pessoas com deficiência, podemos usar o que quisermos só precisamos de oportunidades", disse Douglas que teve uma das mãos amputadas por conta de um acidente de trabalho ocorrido há 15 anos.

Regina Kátia teve paraplegia causados por disparos de arma de fogo que atingiram a medula

Anna Lúcia Silva/g1

Vítima de violência doméstica, Regina Kátia sobreviveu após ser baleada pelo ex-marido há 32 anos. A consequência foi a paraplegia, mas a condição nunca a impediu de nada. Na passarela, além do look deslumbrante, ela também exibiu o sorriso que mostra a vontade de viver acima de tudo.

"A vida não parou pelo que aconteceu, muito pelo contrário, sempre corri atrás de tudo e hoje estou aqui, em uma passarela fazendo parte de uma luta constante pela inclusão", enfatizou.

Sandra da Costa teve poliomielite aos 11 meses de vida e por isso tem limitações nas pernas- Divinópolis

Anna Lúcia Silva/g1

Quem também estava radiante na passarela foi Sandra Aparecida da Costa. Ela tem limitações nas pernas por conta de uma poliomielite, doença que ela deve aos 11 meses de vida.

"O evento mostrou que não há diferença entre a gente. É isso que precisamos: de mais apoio para sermos inclusos na sociedade", destacou.

Iniciativa

O gerente administrativo do Divishop, Laércio Ribeiro, contou que a iniciativa partiu de uma conversa entre ele e uma pessoa com deficiência, que relatou constrangimentos em entrar em determinadas lojas, atraída por algo que viu na vitrine e a vendedora oferecer outros modelos que julgava ser melhor para ela.

"Imediatamente identifiquei a oportunidade de levar à sociedade em geral uma mensagem chamando a atenção para esse assunto através de um desfile de moda, onde desfilaram simultaneamente um modelo profissional e uma pessoa com deficiência, ambos com as mesmas roupas para reforçar nossa campanha 'Aquilo que você veste, eu também posso vestir'", afirmou.

"O desfile foi um verdadeiro sucesso e com certeza, é o primeiro de muitos que virão".

Desfile 'A roupa que você veste, eu também posso vestir'

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FONTE: G1 Globo


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