Sargento indiciado por assassinato de tenente dos Bombeiros é transferido de Montes Claros para BH

29 ago 2023
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Informação foi confirmada pela corporação nesta terça-feira (29), mas a transferência ocorreu no dia 20 deste mês. Tenente Rafael Veloso

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O sargento Anderson Pinheiro Neves indiciado pela morte do tenente Rafael Veloso, ambos do Corpo de Bombeiros, foi levado de Montes Claros para a Academia de Bombeiros Militar, em Belo Horizonte. A informação foi confirmada pela corporação nesta terça-feira (29), mas a transferência ocorreu no dia 20 deste mês.

"O militar responde a dois inquéritos e está submetido no momento a um processo administrativo disciplinar que avaliará sobre sua permanência nas fileiras da corporação", informou o Corpo de Bombeiros.

Indiciamento

No dia 5 de julho, a Polícia Civil divulgou que indiciou o sargento pela morte do tenente, de 42 anos. O crime aconteceu no dia 5 de maio deste ano, quando a vítima saía de casa para trabalhar.

“O autor foi indiciado por homicídio qualificado pela vingança praticada na perspectiva da premeditação em relação ao crime, por ter impossibilitado efetivamente a defesa da vítima com disparos a curta distância e nas costas e por ter tentado contra a vida de profissional de segurança pública constitucionalmente amparado pelo estado", explicou o delegado Bruno Rezende.

O responsável pela apuração do caso ainda detalhou que as investigações apontaram que o sargento cometeu mais dois crimes. O g1 procurou pela defesa e o advogado Marcus Vittorino informou que "a defesa recebe com muita serenidade o indiciamento, apesar de discordar de algumas questões que foram ali produzidas." Ele ainda acrescentou que se "atém a efetivar a defesa do sargento na ação penal que irá se iniciar."

“Uso de documento falso por uma carteira de identidade que ele subtrai no batalhão e efetivamente utiliza durante sua fuga e por violação de sigilo funcional para a obtenção de dados da vítima que o levaram até a residência onde eles tiveram a interpelação que levou ao assassinato.”

De acordo com Bruno Rezende, o documento usado foi deixado com o Corpo de Bombeiros por conta do atendimento de uma ocorrência de trânsito.

“O autor fez uma falsificação colocando sua própria foto no documento e fez efetivamente uso desse documento para se hospedar em hotéis em outro estado durante a fuga. Além disso, habilitou uma linha de telefonia celular com o nome desse terceiro criando um perfil para que pudesse não ser naquele momento localizado e preso”, falou.

Anderson Pinheiro, de 38 anos, foi preso no dia 9 de maio, quando se apresentou à polícia acompanhado de advogados. Na ocasião, ele entregou a arma usada no crime.

O sargento já está detido em decorrência de um mandado de prisão expedido pela justiça comum. Conforme o delegado, uma nova ordem de detenção, da justiça militar, foi cumprida em desfavor dele nesta quarta-feira (5).

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros informou que "instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos. O indiciado se encontra preso e à disposição da Justiça. O inquérito foi finalizado e enviado à Justiça Militar Estadual que dará prosseguimento ao caso."

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Motivação

Sobre a motivação do crime, o delegado diz que o próprio sargento confirmou que tinha desentendimentos com o tenente.

"Segundo o próprio autor, essa animosidade teria surgido já no início do trabalho em conjunto entre ambos, no final de fevereiro. A partir disso, o autor teria pretendido não trabalhar conjuntamente com a vítima, dada a impossibilidade, teria, supostamente, segundo ele em sua versão de defesa, ido até a residência para que conversassem e tentassem resolver isso. Segundo ele, ali teria tido uma nova discussão e ele efetuou os disparos.”

Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil disseram que tinham informalmente conhecimento dos atritos entre ambos, mas que nunca imaginavam que a situação terminaria de forma trágica. A investigação apontou que não havia nenhum registro formal sobre os desentendimentos junto ao Corpo de Bombeiros.

Premeditação

Para o delegado, "o autor já nutria essa animosidade em relação à vítima e de fato pretendia tirar sua vida.” Bruno Rezende destacou que os levantamentos feitos durante a investigação permitem afirmar que o crime foi planejado.

"Em conclusão, é um crime efetivamente premeditado, com o planejamento da ação, inclusive [com o autor] tendo mantido vigilância no local dos fatos momentos antes do crime, ele fica na posse de valores em dinheiro em espécie, subtrai esse documento para poder falsificá-lo e utilizá-lo em hospedagem em hotéis e habilitar um chip de telefone e ele leva coisas consigo que são de uso pessoal e imediato que permitiram que ele efetivasse essa fuga", exemplificou.

A quantia sacada um dia antes do crime foi de R$ 17 mil, aponta a investigação.

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FONTE: G1 Globo


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