Adidas anuncia que vai vender parte de estoque de parceria com Kanye West e doar lucros para instituições internacionais

11 maio 2023
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Marca esportiva rompeu contrato com rapper em outubro de 2022 após comentários antissemitas do artista. Kanye West

Reuters/via BBC

A Adidas anunciou, nesta quinta-feira (11), que vai vender parte do estoque de produtos da marca Yeezy, parceria da marca com o rapper Kanye West (Ye). A parceria entre eles foi rompida em novembro de 2022, após falas antissemitas do rapper.

Bjoern Gulden, CEO da empresa, divulgou que o lucro com as vendas serão doados para algumas instituições internacionais. Gulden não informou quando nem como será o processo de plano de vendas.

"O que estamos tentando fazer agora é vender algumas das peças da parceria. Queimar o estoque não seria a solução", disse o empresário, acrescentando que a doação seria para instituições que Kanye West teria prejudicado com seus comentários.

Ao vender as peças do estoque, a empresa deve evitar uma perda de US$ 700 milhões este ano, segundo a Reuters.

Não ficou claro quantas peças do estoque ficarão disponíveis e qual a porcentagem das vendas que será revertida para a doação.

Segundo a imprensa internacional, Ye teria direito de receber 15% das vendas de comissão, conforme acordo feito com a marca antes do fim de contrato. De acordo com a Reuters, a marca se recusou a comentar o assunto.

Declarações preconceituosas

Kanye West discursa em vídeo de campanha à presidência dos EUA

Reprodução/Twitter/kanyewest

Em 2022, Kanye West fez uma série de declarações preconceituosas e se envolveu em polêmicas, que afastaram fãs e anunciantes.

Durante a última Semana de Moda de Paris, West, também conhecido como "Ye", usou uma camiseta com a frase "White Lives Matter" ("Vida Brancas Importam"), uma distorção do famoso slogan "Black Lives Matter", símbolo dos protestos antirracistas de 2020 nos Estados Unidos.

Poucos dias depois, suas contas no Instagram e no Twitter foram suspensas após ele postar mensagens consideradas antissemitas, que faziam referência a teorias da conspiração sobre a suposta influência da comunidade judaica.

Inúmeras celebridades denunciaram seus comentários, que incentivam o "ódio aos judeus", de acordo com o Comitê Judaico Americano (AJC, na sigla em inglês).

Leia também: Kanye West é acusado por ex-funcionários de elogiar Hitler e nazistas durante trabalho

Parcerias rompidas

Depois dessas declarações, a Adidas anunciou que rompeu a parceria com o rapper Kanye West, em novembro de 2022.

Em comunicado, a empresa diz que "não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio. Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça."

Antes da decisão, a marca alemã já tinha informado que estava reavaliando a parceria com o músico, depois de ele ter criticado as ações comerciais da empresa.

"Após uma revisão completa, a empresa tomou a decisão de encerrar a parceria com Ye [como Kanye é chamado atualmente] imediatamente, encerrar a produção de produtos da marca Yeezy e interromper todos os pagamentos a Ye e suas empresas. A adidas interromperá o negócio da adidas Yeezy com efeito imediato", diz ainda a nota.

Antes do anúncio da Adidas, Kanye já havia encerrado, em setembro, a parceria com a Gap, feita em 2020 com o prazo para durar dez anos. Ele também foi demitido da Balenciaga pelos comentários antissemitas.

Kanye West deixa de ser bilionário

Com o fim do contrato com a Adidas, o rapper Kanye West deixou de ser um bilionário, segundo a revista "Forbes".

De acordo com a publicação, o contrato correspondia a cerca de US$ 1,5 bilhão (quase R$ 9 bilhões na conversão direta) do patrimônio líquido do cantor, que seria agora de US$ 400 milhões (pouco mais de R$ 2 bilhões).

Kanye West no palco do VMA em 2016

Reuters/Lucas Jackson/File Photo


FONTE: G1 Globo


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