Alanis Morissette volta ao Brasil após 12 anos e mostra que segue em forma ao homenagear seu melhor álbum
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
Em São Paulo, cantora fez única apresentação de sua atual turnê na América do Sul, celebrando seu disco 'Jagged Little Pill'. Show para 49 mil fãs foi direto e sem falação. Alanis Morissette durante apresentação em São Paulo
Divulgação/Live Nation/Iris Alves De volta ao Brasil após 12 anos, Alanis Morissette fez o maior show solo no país desde que surgiu como a maior cantora da história do pop rock dos anos 90. A canadense de 49 anos, acostumada a cantar em ginásios no Brasil, se apresentou para 49 mil pessoas no Allianz Parque, em São Paulo, nesta terça-feira (14). Só uma coisa explica o público recorde da cantora por aqui: a nostalgia. O show foi o penúltimo da turnê atual, que celebra os 25 anos de "Jagged Little Pill" e teve várias apresentações adiadas devido à pandemia. Alanis tinha 21 anos quando apareceu fazendo fazendo grandes canções cruas cheias de raiva e letras confessionais. Lançado em 1995, "Jagged Little Pill" vendeu mais de 33 milhões de cópias. Aquele era o terceiro trabalho dela. Alanis tinha lançado dois álbuns mais dançantes, em uma carreira de popstar infantojuvenil que durou entre 1987 e 1992. Em sua única parada na América do Sul, ela mostrou que segue em forma. A voz continua excelente e o jeito de se apresentar não mudou muito. Ela anda de um lado para o outro do palco mais de 10 vezes só na primeira música, "All I Really Want". Essa caminhada incessante balançando o cabelo e o resto do corpo sempre foi parte da performance, assim como o olhar perdido e o jeito contido. Alanis Morissette durante apresentação em São Paulo nesta terça-feira (14) Divulgação/Live Nation/Iris Alves Sem falação e sem produção O show não tem muita falação ou produção elaborada: a cantora vai direto ao ponto. Ela toca gaita e violão, acompanhada por um discreto quinteto formado por dois guitarristas, baixista, baterista e tecladista. Nenhum deles a ajuda nos vocais de apoio. Cabe ao público essa missão. Derretendo de calor, mesmo com a temperatura até que amena de 24 graus, Alanis entra com um sobretudo de paetê preto. Ela tira a peça já na segunda música, "Hand in my pocket". A partir daí, passa o show todo com uma calça de couro e uma camisa preta com pinta de gasta e a palavra "família" estampada em uma fonte quase indecifrável. Alanis bota o microfone no pedestal em "You learn" e para de andar um pouco, expediente repetido em outras músicas do setlist. Todas as 13 faixas do álbum homenageado são lembradas. É impressionante a força ao vivo e a boa recepção inclusive de lados b do disco, como "Perfect". A mais cantada da noite é "Ironic", ironicamente a música que ela menos gosta. Alanis vira o microfone para a plateia e deixa os fãs cantarem pelo menos metade da música. O show tem ainda quatro faixas do disco mais recente de pop rock, "Such Pretty Forks in the Road", de 2020. "Uninvited", "Numb" e "Thank U", a última da noite, completam o set, mais curto do que o de outros shows da turnê. "Hands clean", a mais conhecida do álbum "Under Rug Swept" (2002), talvez seja a ausência mais sentida. De resto, o show não esconde quem Alanis é: uma popstar tímida e que não parece se sentir muito confortável no comando de um show para quase 50 mil fãs. Os dois maiores recados da noite não são ditos por ela, apenas aparecem no telão: uma homenagem para Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters que fez parte da banda dela e morreu em 2022, aos 50 anos; e um "Thank you, São Paulo". Quem foi ao show também agradeceu Alanis, uma popstar diferente das outras. Alanis Morissette faz show em São Paulo Divulgação/Live Nation/Iris AlvesFONTE: G1 Globo