Ayrton Montarroyos registra ‘A lira do povo’ em disco baseado em show que vai do sertão à cidade
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♪ Grande cantor identificado com a produção dos artistas associados à MPB, a ponto de ser um dos quatro solistas convidados por Edu Lobo para o ainda inédito álbum comemorativo dos 80 anos do compositor, Ayrton Montarroyos entra em estúdio entre fim de novembro e início de dezembro, em São Paulo (SP), para registrar o repertório do show A lira do povo.
Abrangendo 90 anos no roteiro que encadeia músicas lançadas entre 1930 e 2020, o repertório de A lira do povo totaliza 27 músicas, se contabilizadas as oito citações do roteiro estruturado em três suítes. Programado para estrear em 4 e 5 de novembro em apresentações no Sesc Santana, na cidade de São Paulo (SP), o show A lira do povo tem direção musical de Arquétipo Rafa (percussão, violão, baixo, synth e vocal). Rafa é também responsável pelos arranjos, em função dividida com Rodrigo Campos (violões, percussão e vocal), Ariane Rodrigues (flautas, pífano, percussão e synth) e o próprio Ayrton Montarroyos, idealizador e roteirista deste show de caráter sensorial. Pernambucano, Ayrton concebeu o espetáculo A lira do povo a partir dos arquétipos da cultura do homem brasileiro, ora sertanejo, ora urbano e praiano, tendo como uma das referências frase do poeta conterrâneo João Cabral de Melo Neto (1920 – 1990) sobre os recifenses, caracterizados por Cabral como “ambidestros do seco e do úmido”. “A ideia de viver uma história no palco através do trígono sertão > mar > cidade não me sai da cabeça há muito tempo. Essa imagem do homem que teve que sair do sertão para viver no litoral, fundando uma capital que tem tamanho de metrópole e jeito de interior, me tomou desde então”, relata Ayrton Montarroyos. ♪ Eis, na ordem das três suítes do roteiro, o repertório selecionado por Ayrton Montarroyos para A lira do povo, show batizado por Hermínio Bello de Carvalho com o nome do álbum duplo Lira do povo, lançado em 1985 pelo próprio Hermínio, a quem Ayrton dedica o espetáculo (também dedicado a Edu Lobo): Suíte I – Mítica [Das coisas do homem do interior] 1. O trenzinho do caipira (Heitor Villa-Lobos com letra posterior de Ferreira Gullar, 1978) 2. Viola fora de moda (Edu Lobo e José Carlos Capinan, 1973) ★ Citação de Upa neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, 1965) ★ Citação de Antonio das Mortes (Sérgio Ricardo e Glauber Rocha, 1964) 3. Guriatã de coqueiro (Severino Rangel, 1930) 4. Pé do lajeiro (João do Vale, José Cândido e Paulo Bangu, 1956) ★ Citação de Passarinho (João do Vale e José Lunguinho, 1979) 5. Majestade o sabiá (Roberta Miranda, 1985) ★ Citação de Se tu quiser (Xico Bizerra, 1995) 6. Estrada do sertão (João Pernambuco e Hermínio Bello de Carvalho, 1985) 7. Última mentira (Fagner e José Carlos Capinan, 1975) Suíte II – Lírica [Da viagem, o mar profundo e suas incertezas] 8. Canção passarinho (Luis Violão, 1977) 9. Línguas de fogo (Sidney Miller, 1974) ★ Citação de Sol negro (Caetano Veloso, 1965) 10. Arrebentação (Sérgio Ricardo, 1971) ★ Inserção de Temporal (Paulo Ruschell, 1956) na voz de Inezita Barroso (1925 – 2015) 11. A mãe d'água e a menina (Dorival Caymmi, 1985) Suíte III – Épica [do encontro consigo, da finitude, as cidades] 12. Gás neon (Gonzaguinha, 1974) 13. O ferroviário (César e Cirus, 1973) ★ Citação de É de fazer chorar (Luiz Bandeira, 1957) 14. Macauã (Sérgio Ricardo, 1974) 15. Plataforma (Yuri Queiroga, 2012) 16. Febre do rato (Kiko Dinucci, 2020) 17. Conceição (Jair Amorim e Valdemar de Abreu, o Dunga, 1956) ★ Citação de Pauapixuna (Paulo André e Ruy Barata, 1977) 18. As ilhas (Astor Piazzolla e Geraldo Carneiro, 1975) 19. Maré (tema de domínio público)FONTE: G1 Globo