Em entrevista, Musk nega aumento de discurso de ódio na plataforma

18 abr 2023
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Bilionário afirmou à BBC estar colocando 'muito esforço' para diminuir contas falsas e fake news no Twitter. Mas representantes da plataforma no Brasil negaram ao governo excluir um perfil com fotos de assassinos de crianças e disseram não achar que a conta viole as normas da rede. CEO e dono do Twitter, Elon Musk

Getty Images via BBC

O bilionário Elon Musk, dono do Twitter, negou em entrevista que haja um aumento do discurso de ódio e da desinformação na plataforma.

Falando à rede britânica BBC - com quem tem travado um embate nas últimas semanas -, Musk disse ainda achar "doloroso" ser dono da rede social.

Na entrevista, na sede do Twitter, em São Franscico, nos EUA, Musk disse achar que, desde que assumiu a plataforma, há menos desinformação e notícias falsas - o que contrasta com estudos sobre o tema (leia mais abaixo). Ele afirmou estar colocando "muito esforço" para diminuir a desinformação e contas falsas na plataforma.

"Há menos (discurso de ódio no Twitter) nestes dias porque eliminamos muitas contas robô. Não temos mais tantas (contas falsas) como tínhamos antes (de ele assumir a rede), porque eu tenho dado muita atenção à isso", declarou à BBC.

Estudos citados pela BBC também apontam a tendência de que a disseminação das fake news aumentaram após Musk comprar a companhia, no fim do ano passado. Na entrevista, o bilionário não citou dados ou pesquisas que indicassem a diminuição de discurso de ódio e contas falsas na plataforma.

Uma reportagem do jornal "The New York Times" revela que o discurso de ódio contra negros aparecia em média 1.282 vezes por dia no Twitter. Esse número saltou para 3.876 vezes após Musk assumir, segundo um levantamento do Centro de Combate ao Ódio Digital.

Além disso, ataques on-line contra homens gays apareciam em média 2.506 vezes por dia. Depois, o número subiu para 3.964, com Musk.

A afirmação do bilionário foi feita um dia depois de que representantes do Twitter indignaram membros do governo brasileiro durante uma reunião.

No encontro, que ocorreu na segunda-feira (10) no Ministério da Justiça, em Brasília, representantes da plataforma no Brasil negaram achar que um perfil com foto de assassinos de crianças (perpetradores dos massacres em escolas) violasse os termos de uso da rede.

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Disseram ainda que não se tratava de apologia ao crime - as contas foram elencadas na reunião pelo governo e mostravam não só imagens de crianças agredidas como ameaças e músicas enaltecendo ataques a escola.

Diante do posicionamento, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e a assessora responsável pelo tema no Ministério, Estela Aranha, subiram o tom contra a rede. Os dois se mostraram indignados com o posicionamento descompromissado e pouco colaborativo do Twitter, segundo manifestação de três pessoas que estiveram na reunião.

Embate com a BBC

Nas últimas semanas, Elon Musk vem travando um embate com a BBC por conta da forma como o Twitter descreve a rede britânica na plataforma - "mídia financiada pelo governo". Na semana passada, a BBC - que é independente e é financiada por uma impostos públicos - se manifestou publicamente contra a designação e exigiu mudanças a Musk.

Na entrevista, o bilionário disse que irá mudar a frase, mas, até a última atualização desta notícia, a designação da conta da BBC no Twitter continuava a mesma - "mídia financiada pelo governo".

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FONTE: G1 Globo


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