Hugo e Guilherme reforçam cuidado com repertório e atenção para não acomodar após ‘estouro’: ‘Se falar que chegou, tira o pé’

10 ago 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Dupla conversou com o g1 e mostrou maturidade na escolha do que grava para 'tocar a vida das pessoas'. Artistas se apresentam na Festa do Peão de Barretos no dia 19 de agosto. Hugo e Guilherme falam ao g1 sobre estouro recente

"Seu plano era bom, era quase perfeito, pena que tudo o que você faz, você faz mal feito". Esta letra, que conta a história da descoberta de uma traição, foi responsável por dois acontecimentos. O primeiro é que, pela execução à exaustão, "Mal Feito", a dona deste refrão, foi a canção mais tocada do Spotify em 2022. O segundo, consequentemente, é que ela alçou Hugo e Guilherme ao topo da música sertaneja, provocando uma ascensão ao sucesso poucas vezes vista no segmento.

O estouro de "Mal Feito", que tem a peculiaridade de ter sido a última participação gravada por Marília Mendonça, morta em um acidente aéreo em novembro de 2021, descortinou Hugo e Guilherme ao Brasil. A dupla formada em Goiás ganhou projeção nacional, conquistou popularidade e se colocou entre os maiores nomes do gênero na atualidade.

A canção puxou a fila de muitas outras que mantiveram a dupla no topo. Do mesmo projeto de "Mal Feito", "Meu Número" e "Felicidade Dela" seguiram o mesmo caminho. Já do novo álbum "Original", lançado na versão completa em junho, "Metade de Mim", "Mágica" e "Elevador" também frequentaram o top-50 no país.

Os hits e o restante da obra da dupla formada em 2016 vão poder ser conferidos no maior rodeio da América Latina, a Festa do Peão de Barretos, pela 2ª vez no palco principal, onde se apresentam no 1º sábado do evento, em 19 de agosto.

Em uma conversa exclusiva com o g1, Hugo e Guilherme festejaram o auge, em que praticamente tudo o que fazem vira sucesso, relembraram o caminho para chegar ao topo e alertaram para o risco da acomodação e o cuidado com o repertório [assista acima]. A qualidade do que fazem e os números mostram que a dupla finalmente "chegou", mesmo que a cautela não permita que pensem assim.

"Não pode falar que chegou, porque quando fala que chegou a gente tira um pouco o pé do acelerador, a gente não tá para isso ainda não", brincou Guilherme.

Hugo e Guilherme

Marcello Carvalho/g1

A preocupação de Guilherme mostra a maturidade de uma dupla que está longe de ter caído de paraquedas no mercado ou de ter conseguido o sucesso fácil. Hugo e Guilherme iniciaram a parceria há sete anos, quando gravaram o primeiro DVD, e começaram a se consolidar durante a pandemia com os projetos "No Pelo", que consistia em álbuns com regravações e algumas músicas inéditas.

O formato do mercado da música atual, muitas vezes, não deixa que uma canção com letras e melodias mais profundas e trabalhadas cheguem às grandes massas com tanta facilidade quanto faixas mais "cantáveis" e que possam viralizar mais rápido em aplicativos, ainda que também tenham prazo de validade mais curto.

A preocupação da dupla é justamente evitar esse método para conquistar uma carreira com mais longevidade.

"A música é um trabalho contínuo. Ela não para. Hoje em dia ela se tornou mais descartável. A gente tenta manter a nossa essência e tenta resgatar o passado. Eu quero que uma 'Oi, Deus', uma 'Mal Feito', uma 'Meu Número', toque por 30 ou 40 anos, a gente tem essa preocupação. Não gravar muita coisa descartável, tocar a vida das pessoas eternamente, não por um momento só", pontuou Hugo.

Hugo e Guilherme

Júlio César Costa/g1

A terceira edição - e última até agora - do projeto audiovisual "No Pelo" pavimentou o caminho para a dupla furar a bolha. Consolidados dentro do meio sertanejo, até por causa do peso de fazerem parte da Workshow, maior escritório do segmento no Brasil, e da gravadora Som Livre, eles trabalharam duas músicas inéditas, "Pingo de Dó" e "Coração na Cama", que funcionaram bem até a gravação do álbum "Próximo Passo", que revelou "Mal Feito", composta por Felipe Arná, produtor da dupla. Antes, o single "Oi, Deus" também já tinha ganhado repercussão.

A partir do momento que ganharam projeção nacional, Hugo e Guilherme foram aclamados pela qualidade vocal e de escolha de repertório, o que fez os artistas tomarem conta das plataformas digitais, rádios e frequentarem a maior parte dos festivais sertanejos e rodeios do Brasil.

A marca "No Pelo", inclusive, virou um festival 360 no qual os artistas rodam as cidades recebendo convidados.

"Acho que a gente tem um pouco de cuidado com o nosso repertório. Hoje não tem como falar o artista A ou B vai dar certo por isso ou por aquilo. Para mim, tudo é repertório. Se você acertar no repertório, você pode ser qualquer pessoa que você vai alcançar o que você espera. Então a gente fazer com carinho, a gente tem um feeling musical muito parecido, dá um pouco mais de poder", completou Guilherme.

Hugo, da dupla com Guilherme, emociona fãs no Ribeirão Rodeo Music 2023 em Ribeirão Preto, SP

Érico Andrade/g1

O "estouro" premiou a persistência de Spártaco Luiz Neves Vezzani, o Hugo, que colhe o sucesso aos 32 anos, depois de começar a cantar em 2010 e aparecer primeiro como compositor antes de estourar ao lado de Matheus Neves, que ganhou o nome artístico de Guilherme.

Apesar do mesmo sobrenome, os dois não são irmãos e se conheceram em uma casa noturna de Goiânia em 2015.

"A gente tem sete anos de vivência, sete anos de luta, alcançar um espaço nesse mercado nosso é difícil demais, mas graças a Deus a gente vai gravando e a galera vai curtindo", concluiu Hugo.

Guilherme, da dupla com Hugo, solta a voz no Ribeirão Rodeo Music 2023 em Ribeirão Preto, SP

Érico Andrade/g1

Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO