Jerônimo Jardim, compositor gravado por Elis Regina, morre aos 78 anos com obra aplaudida pelos gaúchos
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♪ OBITUÁRIO – É inevitável recorrer mais uma vez à já exaurida expressão-clichê criada pela banda Engenheiros do Hawaii, longe demais das capitais, para contextualizar a morte do cantor, compositor e escritor gaúcho Jerônimo Osório Moreira Jardim (19 de novembro de 1944 – 3 de agosto de 2023) na tarde de quinta-feira, aos 78 anos, em hospital de Porto Alegre (RS), onde o artista estava internado por conta de problemas cardíacos e respiratórios.
Nascido em Jaguarão (RS), mas criado em Bagé (RS), Jerônimo Jardim – como o artista era conhecido no meio musical gaúcho – deixa obra conhecida e aplaudida basicamente no sul do Brasil ao sair de cena. Talvez nem mais os atentos admiradores de Elis Regina (1945 – 1982) liguem o nome do compositor à densa Moda de sangue (1979), parceria de Jardim com Ivan Roque gravada pela cantora conterrânea no álbum Saudade do Brasil (1980) e amplificada nas trilhas sonoras das novelas Coração alado (Globo, 1980) e Torre de Babel (Globo, 1998). Fora do eixo sulista, talvez menos gente saiba que Jerônimo Jardim foi o compositor de Purpurina, bela música que venceu em 1981 o festival MPB-Shell, debaixo de vaias, na voz da cantora Lucinha Lins. Alheio ao (injusto) pouco reconhecimento do Brasil, o cantor e compositor construiu carreira respeitada pelo público e músicos gaúchos. Revelado no Pentagrama, grupo que lançou um único álbum em 1976, Jardim debutou na carreira solo em 1979, ano em que apresentou o primeiro álbum da trajetória individual. Foi nesse disco intitulado Jerônimo Jardim que o compositor apresentou Moda de sangue, música incluída por Elis no show e disco Saudade do Brasil. Outros álbuns – como Terceiro sinal (1984) e Digitais (1997) – deram sequência espaçada à discografia encerrada há oito anos com o álbum Singular e plúrimo (2015). Jerônimo Jardim deixa obra ainda a ser descoberta fora das fronteiras gaúchas.FONTE: G1 Globo