Juan Paiva e Lucas Penteado se afinam na personificação de Claudinho & Buchecha no filme ‘Nosso sonho’

18 set 2023
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Cartaz do filme 'Nosso sonho'

Divulgação

Resenha de cinebiografia musical

Título: Nosso sonho – A história de Claudinho & Buchecha

Direção: Eduardo Albergaria

Elenco: Juan Paiva (como Buchecha) e Lucas Penteado (como Claudinho)

Produção: Urca Filmes com distribuição de Manequim Filmes

Cotação: ★ ★ ★ ★ ★

♪ A rigor, fisicamente, Juan Paiva se parece mais com Claudinho do que com Buchecha enquanto Lucas Penteado lembra mais Buchecha do que Claudinho. Na tela grande, no entanto, Juan encarna Buchecha e Lucas vive Claudinho em interpretações convincentes que se afinam, se irmanam e se complementam, valorizando o filme Nosso sonho.

Cinematografia de Claudinho & Buchecha, dupla fluminense que popularizou o funk melody na segunda metade dos anos 1990, Nosso sonho entra em circuito na quinta-feira, 21 de setembro, com todo potencial para atrair público para ver história de superação.

Narrada sob a perspectiva de Claucirlei Jovêncio de Souza, o cantor e compositor projetado com o nome artístico de Buchecha, a história de Nosso sonho se passa entre um mergulho quase fatal dado em rio fluminense em 1984 – do qual um Claudinho ainda criança (visto na pele de Vinícius Oliveira, o Boca de 09) salvou o amigo Buchecha (Gustavo Coelho, na infância) de morrer afogado – e o de fato fatal acidente de carro que abreviou a vida de Cláudio Rodrigues de Mattos (14 de novembro de 1975 – 13 de julho de 2002), o Claudinho, então com 26 anos.

Entre um acontecimento e outro, o filme dirigido por Eduardo Albergaria mostra a escalada dos amigos rumo ao topo das paradas do Brasil.

Na tela, Lucas Penteado personifica o próprio sonho na pele de Claudinho, o extrovertido mentor da dupla, enquanto Juan Paiva simboliza a realidade pé-no-chão de Buchecha na luta pela sobrevivência, às voltas com família desestruturada pelo pai alcóolatra, Claudino de Souza, personagem interpretado com dureza precisa pelo ator Nando Cunha.

A relação conflituosa de Buchecha com o pai é um dos motes do coeso roteiro assinado pelo diretor com Daniel Dias e Maurício Lissovsky, mas o foco principal é mesmo posto na formação e ascensão da dupla Claudinho & Buchecha.

Sem a preocupação de explicar a cronologia de discos e hits da dupla, o diretor conta bem a história por enfatizar momentos decisivos na trajetória dos artistas, como a criação do Rap do Salgueiro, música que selou o sucesso da dupla ao vencer concurso promovido em 1995 por baile funk.

Como a ascensão da dupla foi meteórica dessa vitória, Nosso sonho apresenta os principais sucessos de Claudinho & Buchecha, como Só love (Buchecha, 1998) e Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002), sem preocupações didáticas – sequer há menção ao termo funk melody no roteiro.

Nessa fase de conquistas, o foco ainda são as relações familiares, além da conexão fraternal de Claudinho com Buchecha.

Com emoção que jamais resvala no sentimentalismo, Nosso sonho mostra as premonições de Claudinho, sinalizando que, de alguma forma, o cantor intuía que sairia de cena muito cedo – a ponto de escrever bilhete para a filha, em dezembro de 1998, e pedir para que Buchecha o entregasse com um presente quando a menina completasse 15 anos.

O filme Nosso sonho deixa a impressão de que, na real, Claudinho foi anjo protetor e salvador na vida de Buchecha. A interpretação luminosa de Lucas Penteado se soma à atuação sensível de Juan Paiva (um dos maiores talentos da jovem geração de atores), deixando tudo crível e atraente na tela.

“Nossa história vai virar cinema / E a gente vai passar em Hollywood / Mas, se ninguém gostar, não tem problema / Meu bem, um grande amor não há quem mude”, cantavam Claudinho & Buchecha no refrão pop de Coisa de cinema (Cacá Morais, Abdullah e Buchecha, 1999) . E não é que a história deles virou mesmo filme? Um grande filme do qual todo mundo deverá gostar...


FONTE: G1 Globo


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