Livros sobre Jorge Ben, Novos Baianos e o repentista Otacílio Batista ampliam bibliografia musical
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Conheça cinco lançamentos literários que perpetuam histórias sobre a música e os artistas do Brasil. Capas de livros sobre Novos Baianos, Jorge Ben Jor e Otacílio Batista (1923 – 2003, entre outros títulos recentes da bibliografia musical brasileira
Reprodução / Montagem g1 ♪ Livros sobre discos e sobre grandes nomes da música do Brasil quase nunca se tornam best-sellers, com exceções para biografias de estrelas como Elis Regina (1945 – 1982) e Rita Lee (1947 – 2023), mas já conquistaram público fiel, ávido por novidades nesse nicho literário. Não por acaso, a bibliografia musical brasileira nunca para de crescer. Cinco títulos de estilos, estaturas e valores diversos acabam de ser lançados. Acabou chorare – O rock'n'roll encontra a batida de João Gilberto investiga o processo de criação da obra-prima da discografia do grupo Novos Baianos. Balanço afiado – Estética e política em Jorge Ben analisa a obra e legado social do compositor de País tropical (1969). Otacílio Batista – Uma história do repente brasileiro é a biografia do cantador, violeiro e repentista pernambucano Otacílio Guedes Patriota (26 de setembro de 1923 – 5 de agosto de 2003), nascido há 100 anos e falecido há 20. Já A música no Brasil que você toca reúne histórias recolhidas pelo músico e gestor cultural Edson Natale em mais de 30 anos de andanças pelo Brasil. Por fim, Quando vim de Minas apresenta memórias de Nilton Ribeiro como funcionário de gravadoras, geralmente na área de divulgação. ♪ Eis, por ordem alfabética dos títulos dos livros, breves comentários sobre os recentes lançamentos literários na área musical: Capa do livro 'A música no Brasil que você toca', de Edson Natale Divulgação 1. A música no Brasil que você toca – Edson Natale (ZarpaZanza / Paraquedas) – Ao longo de 11 artigos, Edson Natale conta histórias e causos da música brasileira, mas com foco fora do mainstream. Sem recorrer à primeira pessoa, o autor narra proezas como a saga do músico e farmacêutico Hernani Vitor Guedes, integrante do grupo Os Mocambos, com o qual gravou em 1963 o primeiro disco da história fonográfica do Amapá. Vale mencionar também o artigo em que Natale entrelaça a história do cantor Agostinho dos Santos (1932 – 1973) com a da cantora lírica carioca Maria D'Apparecida (1936 – 2017), respeitada na França e impedida de cantar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro por ser negra. O livro A música no Brasil que você toca é valorizado pela escrita objetiva e sucinta de Edson Natale. Capa do livro 'Acabou chorare – O rock'n'roll encontra a batida de João Gilberto', de Marcio Gaspar Divulgação 2. Acabou chorare – O rock'n'roll encontra a batida de João Gilberto – Marcio Gaspar (Edições Sesc) – Segundo dos cinco títulos da Coleção Discos da Música Brasileira, lançado em 2020 no formato de e-book, ganha edição física após três anos. Embora quase tudo já tenha sido escrito ou falado sobre o segundo e decisivo álbum do grupo Novos Baianos, Acabou chorare (1972), o jornalista e produtor cultural Marcio Gaspar reconta a gênese do disco a partir de entrevistas com os músicos do grupo, além de reproduções de trechos do livro de Luiz Galvão (1935 – 2022) e de reportagens de jornais e revistas com os artistas. A narrativa tem o trunfo de avançar até 2020, expondo o legado do álbum através do tempo. Capa do livro 'Balanço afiado – Estética e política em Jorge Ben', de Allan da Rosa e Deivison Faustino Divulgação 3. Balanço afiado – Estética e política em Jorge Ben – Allan da Rosa e Deivison Faustino (Fósforo / Perspectiva) – O livro apresenta pensata sobre a obra de Jorge Ben Jor na forma de conversa entre os autores, cujos diálogos são reproduzidos no livro. O historiador Allan da Rosa e o sociólogo Deivison Faustino – o Nkosi – analisam a musicalidade do cancioneiro do compositor carioca, com reproduções de partituras de músicas como Cassius Marcelo Clay (1971) e Zumbi (1974, mas com foco na gravação de 1976), e a relacionam com questões sociais e raciais do Brasil e do mundo. O debate é aprofundado. Capa do livro 'Quando eu vim de Minas', de Nilton Ribeiro Divulgação 4. Quando eu vim de Minas – Nilton Ribeiro (Edição independente do autor) – Em relato de tom extremamente pessoal que atenua o valor documental do livro, Nilton Ribeiro expõe vivências no meio artístico ao reconstituir a trajetória profissional no mercado fonográfico brasileiro, no qual trabalhou em gravadoras como EMI-Odeon e RGE, geralmente no departamento de divulgação. O título Quando eu vim de Minas se refere à origem do autor, Mineiro de Lavras (MG), e reproduz o nome de samba gravado em 1973 pela cantora conterrânea Clara Nunes (1942 – 1983), uma das artistas enfocadas com generosidade nas memórias do Ribeiro. Capa do livro 'Otacílio Batista – Uma história do repente brasileiro', de Sandino Patriota Divulgação 5. Otacílio Batista – Uma história do repente brasileiro – Sandino Patriota (Acorde Editorial) – Celebrado em setembro, o centenário de nascimento de Otacílio Batista (1923 – 2003) é o mote para a edição da biografia do repentista de origem pernambucana que fez história na Paraíba, precisamente em João Pessoa (PB), como cantador e violeiro. Em narrativa estruturada em 13 capítulos, antecedidos por introdução sobre a história do repente e seguidos por discografia e cronologia, o autor Sandino Patriota – neto do biografado – conta a saga e expõe o legado de Otacílio, nome influente na história da cultura musical do nordeste do Brasil, mas pouco falado e conhecido fora das fronteiras da nação nordestina. O texto de Sandino é objetivo e bem escrito.FONTE: G1 Globo