MC Hariel diz que abriu show no The Town com ‘Cracolândia’ para mostrar ‘SP que não querem ver’
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
Em palco com estrutura inspirada em arranha-céus, MCs cantaram música sobre lado obscuro de SP. Cantor criticou falta de representatividade da periferia na estrutura: ‘Não tem barraco’ MC Hariel diz por que resolveu abrir show no The Town com ‘Cracolândia’
A música “Cracolândia” não foi escolhida por acaso para abrir o show dos MCs Hariel, Ryan SP e Cabelinho no festival The Town, neste sábado (2). Acompanhe a cobertura do The Town 2023 Em um palco com estrutura inspirada na imponência dos arranha-céus de São Paulo, o objetivo foi mostrar a capital “que as pessoas não querem ver”, disse Hariel, em entrevista ao g1, depois da apresentação. “Não é só São Paulo, o Brasil que as pessoas não querem ver. Essa imagem de país das maravilhas, do samba, da festa ainda se mantém de pé, mas no nosso país morre mais gente do que em países que estão em guerra”, acrescentou. MCs Hariel e Ryan SP no camarim do The Town Rafael Leal /g1 Gravada pelo MC com Ryan SP, Salvador da Rima e Alok, “Cracolândia” tem letra que fala do lado mais obscuro da cidade: criminalidade, vício e abandono. “É óbvio que a gente quer ressaltar a felicidade, mas também não podemos ser hipócritas. O funk chegou até aqui por ser real.” ‘Não tem barraco’ Com repertório que mistura funk e trap (a vertente mais arrastada do rap), Hariel e Ryan representam a música produzida nas periferias de São Paulo. Já Cabelinho, funkeiro e ator da novela “Vai na Fé” (Globo), é cria da comunidade do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, no Rio. Uma estrutura espelhada representando um barraco de favela era o principal elemento cênico do palco do trio no The Town. MCs Hariel, Ryan SP e Cabelinho fazem festa com trap e funk no The Town 2023 Hariel diz que foi uma resposta à ausência de elementos das áreas mais pobres na identidade visual do festival. “Vários monumentos de São Paulo estavam sendo homenageados no palco, mas não tinha um barraco homenageando uma favela. Isso é uma crítica construtiva”, avalia Hariel. “Quando a gente quer homenagear as coisas construídas, também tem que homenagear as pessoas que construíram.” Para Hariel, a música periférica, embora tenha ganhado espaço em festivais nos últimos anos, ainda aparece à margem em grandes eventos, como o The Town “Ficamos muito felizes de participar de eventos como o The Town, o Rock in Rio [festival dos mesmos organizadores], mas também queremos que exista o ‘funk in Rio’, o ‘funk town’, porque nosso movimento merece tudo isso.”FONTE: G1 Globo