Musicóloga Maria Luiza Kfouri deixa legado para discografia brasileira ao morrer aos 69 anos
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Maria Luiza Kfouri (1954 – 2023) morre aos 69 anos, na cidade natal de São Paulo (SP), em decorrência de câncer no pâncreas
Acervo IMS / Reprodução redes sociais ♪ OBITUÁRIO – Quando Maria Luiza Kfouri (11 de fevereiro de 1954 – 3 de julho de 2023) pôs no ar o site Discos do Brasil, em 2005, a música ainda era ouvida majoritariamente em CD e as plataformas de áudio e streaming ainda nem tinha sido criadas, embora fossem sair do plano das ideias em breve, na segunda metade dos anos 2000, mas de início como uma realidade ainda distante na engrenagem da indústria fonográfica e no cotidiano do ouvinte. Em 2005, ninguém poderia supor que um site com completas fichas técnicas de álbuns de música brasileira fosse se transformar em contribuição imensurável em era digital em que as informações mais básicas sobre qualquer fonograma ficam muitas vezes indisponíveis na rede. Sim, Maria Luiza Kfouri – a jornalista, radialista e musicóloga paulistana carinhosamente chamada de Mana pelos amigos e familiares – deixou belo legado na área de pesquisa musical ao morrer ontem, aos 69 anos, na cidade natal de São Paulo (SP), em decorrência de câncer no pâncreas. O amor pela música brasileira guiou a vida de Maria Luiza, irmã do jornalista Juca Kfouri. Por ter colecionado discos por cerca de seis décadas, construindo acervo doado há alguns meses para o Centro de Memória da Música Popular (Cemupop) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a jornalista adquiriu apreço pela propagação generosa de informações exatas sobre gravações de músicas e discos. Quem fez o arranjo de faixa específica de um álbum? Quais músicos tocaram em determinado disco? Essas respostas, nem sempre fáceis de encontrar nos tempos digitais, estavam no site de Kfouri. Sem a pretensão de se tornar a fonte definitiva da discografia brasileira, Maria Luiza Kfouri entrou definitivamente na história da música do Brasil em área – a da pesquisa fonográfica – em que alguns falam muito e fazem pouco. Escritora de alguns capítulos de livros sobre música, Mana falou pouco e fez muito pela memória e preservação da discografia do Brasil.FONTE: G1 Globo
