No The Town, Foo Fighters faz 1º show no Brasil após morte de Taylor Hawkins; como será?

09 set 2023
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Novo álbum tem rock melódico com 'volta às origens' para emocionar fãs, mas só deve ceder três músicas ao setlist, dominado por clássicos como 'Everlong', 'All my life' e 'Best of you'. Foo Fighters no The Town: veja como será o show

O Foo Fighters vem ao Brasil para show no festival The Town, no dia 9 de setembro, pela primeira vez desde a morte do baterista Taylor Hawkins, em março de 2022. Josh Freese foi escalado para a turnê atual. O músico americano de 50 anos já tocou em bandas de punk rock (Vandals) e new wave (Devo).

Além dele, as novidades são as músicas do álbum "But here we are", lançado em junho deste ano. Geralmente, são três por show, sendo que "The Glass", "Rescued", "Under You" e "The Teacher" são as mais cotadas.

O resto do setlist é formado por sons que o público conhece bem. "All My Life”, “The Pretender” e “Walk” costumam abrir as apresentações. "Best of you" e "Everlong" são tocadas no final.

Primeiro show da turnê 2023 do Foo Fighters, em New Hampshire, nos Estados Unidos

Divulgação/Scarlet Page

Como é o novo álbum?

“But Here We Are” (“Tamo aí na atividade”, em tradução muito livre) é o melhor álbum do Foo Fighter desde 2011. Direto, né? Pois o décimo-primeiro álbum da banda liderada por Dave Grohl é ainda mais. O disco lançado em junho tem letras simples sobre as perdas recentes da banda com sonoridade que propõe aquela boa e velha “volta às origens”.

No encarte, há uma dedicatória a ele. Mas não só a ele. “For Virginia and Taylor” cita Virginia Grohl, professora e mãe de Dave, falecida em agosto passado. Ele assume a bateria nas gravações. Não custa lembrar que Dave foi baterista do Nirvana e tocava todos os instrumentos nas versões de estúdio das músicas do comecinho do Foo Fighters.

Um álbum honesto e cru

A banda já havia avisado, por meio de comunicado, que esse seria “o primeiro capítulo de uma nova vida”. A ideia, segundo eles, era lançar um álbum com “uma resposta brutalmente honesta e emocionalmente crua a tudo o que o Foo Fighters suportou no ano passado”. “Este é o som de irmãos se refugiando na música que os uniu pela primeira vez há 28 anos, em um processo tão terapêutico como de continuação da vida”.

Quem ajuda a banda nesta busca por um som menos intrincado do que nos álbuns anteriores é justamente o cara que produziu os álbuns anteriores. Greg Kurstin (Adele, Sia) trabalha pela terceira vez com a banda, após produzir “Medicine at Midnight” (2021) e “Concrete and Gold” (2017).

“But Here We Are” tem 10 músicas divididas em 48 minutos. O começo é com a guitarra cristalina de "Rescued", primeiro single, lançado em abril. "Aconteceu tão rápido/ E então acabou/ Você está pensando o que eu estou pensando?/ Isso está acontecendo agora?", berra o vocalista. A música entra no pacote de canções que fazem lembrar "Wasting Light", excelente álbum de 2011, fase em que a banda dava mais valor às melodias do que os trabalhos mais recentes.

Como antecipado pela banda, no entanto, são os primeiros álbuns que mais influenciam a sonoridade de agora. Poderia ser uma modalidade esportiva: ouvir novas músicas do Foo Fighters e tentar adivinhar qual canção antiga se parece com cada uma delas.

"Under You", sobre se esforçar (em vão) para superar traumas, faz lembrar "Generator". "Fotos de nós compartilhando músicas e cigarros, é assim que sempre vou te imaginar", canta Grohl. A saudade do amigo baterista é tema de outras letras, como a da balada "The Glass": "Eu tive uma pessoa que amo / E assim, fui deixado para viver sem ele."

O disco é cheio de momentos que devem emocionar os fãs da banda. "Show Me How", por exemplo, tem Dave cantando com a filha dele: Violet, de 17 anos. As harmonizações vocais da dupla potencializam o arranjo dream pop meio genérico. Outra que foge um pouco do script é "Hearing Voices", uma das melhores do álbum, com jeitinho de The Cure.

Além de Violet, a única participação do álbum, Dave tem a companhia do baixista Nate Mendel, do tecladista Rami Jaffee e dos guitarristas Chris Shiflett e Pat Smear. Quem já viu shows do Foo Fighters sabe bem que poucas bandas fazem um rock "clássico" tão competente, ao vivo e em estúdio.

Isso, claro, aparece no álbum, sobretudo em "The Teacher". São 10 minutos que passam até que rápido: começa soturna e sussurrada; depois estoura, como uma "Best of you" mais madura. "Tente fazer o bem com o ar que te sobrou / Contando cada minuto, vivendo respiração a respiração", ensina Dave. Após perder duas das pessoas mais importantes da vida dele, é de se esperar versos desse tipo.

Dave disse que esta dezena de músicas é "um testemunho dos poderes de cura da música, amizade e família". É também uma prova de que o Foo Fighters continua vivo, sem se esquecer das perdas que abalaram a banda nos últimos meses.

Dave Grohl faz o primeiro show da turnê 2023 do Foo Fighters, no dia 24 de maio, em New Hampshire, nos Estados Unidos

Divulgação/Scarlet Page


FONTE: G1 Globo


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