Os bastidores da nova era de Juliette: o que deu certo e deu errado no início da turnê ‘Ciclone’
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g1 pegou carona na van, ficou no camarim e assistiu do palco a estreia da era mais pop da ganhadora do BBB21. Estreia da tour teve amigas famosas, problema com figurino e performance sem playback. Juliette com a cartucheira solta no corpo: peça foi colocada de forma errada durante o show
Divulgação/Brunini Na van que a leva do hotel na Zona Oeste de São Paulo onde sempre fica hospedada e a casa de show da estreia de sua nova turnê, Juliette parece estar preocupada. Ou ao menos faz perguntas de quem está. "A fila estava cheia, será que essa fila é o suficiente para encher o lugar?", indaga a cantora a um dos 12 membros de sua equipe, entre assessores, cinegrafista, preparadora vocal e analistas de redes sociais. Tranquilizada pela equipe de que a casa estará cheia, perto da capacidade máxima de 3 mil fãs, ela segue olhando fotos da fila. Pergunta que horas os portões abrem e se sente melhor ao saber que já abriu tem um tempo. "Tem muita senhorinha na filha", ela comenta, enquanto vê fotos dos cactos (um dos fã-clubes mais dedicados do Brasil) na frente da Áudio, na sexta-feira (6). O g1 acompanhou, diretamente dos bastidores, a estreia da era mais pop da ganhadora do BBB21. "Vocês estão nervosos, é? Na hora eu que vou tá com a cara lá", diz ela meio rindo para a equipe. O time inclui um convidado especial: Kaique Cerveny, atleta paulista de crossfit e atual affair. “Eu só fico nervosa até a página dois. Agora é só entregar pra Deus.” Uma pessoa conta que fãs criaram botons “que é tu com a cara da nossa senhora”. Outra corrige, diz que é a cara dela no corpo de Jesus. “Oshi, que loucura. Isso dá problema pra c...” Mais uma vez, ela é tranquilizada. Afinal, é normal se fazer isso com vários artistas e não dá para se controlar a produção de produtos não-oficiais. Juliette faz o primeiro show da turnê ‘Ciclone’, com pegada mais pop Não que Juliette seja cheia de não-me-toques. Ela aprova as fotos a serem postadas no Instagram na manhã seguinte, sem muita picuinha ou seletividade: "Gostei de todas, menos a que eu estou de olhos fechados". Perto do fotógrafo, um social media da cantora pergunta qual o nome da turnê, com receio de errar o nome da tour em um post. A turnê Ciclone tem repertório baseado no álbum de mesmo nome, lançado em agosto passado, de pegada mais sexy, empoderada e diversificada. A sonoridade é diferente do primeiro EP, voltado quase apenas para o forró romântico e lançado menos de quatro meses depois da saída dela da casa mais vigiada do Brasil. Antes do show, no camarim, Juliette atende meia dúzia de jornalistas e conhecidos em geral. Os fãs do período do reality show seguem a acompanhando de perto. Em todas as apresentações, ela recebe cerca de 20 membros de seu fandom, sorteados para uma rápida sessão de autógrafos, beijinhos e fotos. Falam bastante e desejam sorte para “Ju”. Nesta vez, há ainda quatro sorteadas em uma promoção de rádio e uma ex-BBB com quem parece não ter tanta intimidade. Domitila Barros, do BBB23, sorri rapidamente com Juliette posando para fotógrafos e vai embora. “Fica aí para o show, ein”, convida Juliette. Domitilla não foi vista pelo g1 nos camarotes destinados a convidados, mas talvez tenha acompanhado o show da plateia. Sonza, Duda e Pocah dão apoio Juliette posa entre as amigas Duda Beat (esquerda) e Luísa Sonza, antes da estreia de sua turnê, em São Paulo, no começo de outubro de 2023 g1 Enquanto Juliette trabalha, as amigas famosas se divertem. Mas ela também recebe conselhos e abraços de Luísa Sonza, Duda Beat e Pocah. Segundo a ex-BBB, elas ficavam repetindo: "tudo vai ficar bem". Quando vai posar com Sonza e Duda, que já estavam no camarim antes de ela chegar, Juliette arranca um dos panos com seu nome para o cenário ficar mais clean na foto com as amigas. Quase sempre no canto do sofá, com semblante triste e o celular em frente ao rosto, Sonza é a responsável por romper o plástico que preserva as bandejas de sanduíches. Duda se ocupa fazendo quatro taças de gin tônica ao mesmo tempo. Barrada em um primeiro momento, Pocah consegue entrar mais tarde. Ela tira Luísa da fossa no sofá e convoca as duas cantoras para fazerem vídeos da coreografia de sua nova música, "Assanhadinha". Ao lado, Juliette segue sua rotina de preparação. Ela sopra água em uma garrafinha, faz inalação, experimenta figurinos e repete exercícios vocais. A preparadora vocal segura um teclado e vai tocando enquanto a cantora repete uma sequência de notas com a voz. Duda fica rindo do exercício, cheio de "ah ah uh uh's" e outras interjeições. "Pimenta no cu dos outros é bom, né?", responde Juliette, meio rindo. Como é o show? Juliette no show da estreia da turnê 'Ciclone', em São Paulo, em outubro de 2023 Divulgação/Brunini O show de Juliette nesta nova fase é, definitivamente, uma performance pop. Não há, porém, vocais pré-gravados tão usados neste tipo de apresentação: ela leva sem playback. Quando ela precisa de descanso na voz para se dedicar às coreografias ou para retomar o fôlego, duas backing vocals seguram bem a onda e têm timbre parecido com o dela. Além delas, a nova banda tem baixista, guitarrista, baterista, tecladista, percussionista e sanfoneiro. Na frente deles, Juliette tem a companhia de seis dançarinos. Eles participam de 16 das 26 músicas do setlist, que começa com "Sai da frente" e gritos de "Artista, artista, artista" da plateia. Antes do show, Juliette diz ao g1 que está há três meses preparando o novo show. "Nessa última semana, a gente ensaiou todos os dias. Montei tudo do zero. Pensei em um show de uma hora e meia", explica. "Tudo isso é novo para mim e o novo sempre assusta. Um show pop é muito rápido, sabe? Tem a luz, a dança e não sei mais o quê. É um desafio para mim." Setlist da turnê Ciclone de Juliette g1 Em todas as entrevistas no camarim, Juliette disse temer que algo desse errado com seu figurino. “Tem umas coisas que podem sair do controle, mas não vão em nome de Jesus", comentou. "Tem uma armadura que eu boto e tiro. Sempre fico tensa com isso, porque às vezes pode prender em alguma pecinha... mas acho que vai dar tudo certo." Não deu. A ideia era que a cantora usasse um collant cinza e fosse botando e tirando acessórios. Em "Tengo", terceira música da noite, ela tira uma armadura e coloca uma cartucheira de couro. O problema é que essa troca de figurino acontece em cena e é feita por duas dançarinas. Juliette estava tão preocupada que, poucos minutos antes do começo, ensaiou mais duas vezes o momento em que a peça é afivelada em seu corpo, mas na hora do ao vivo... tudo deu errado. A peça ficou solta e ela tirou no meio da música. O público a aplaudiu se despindo do acessório mal colocado, pensou que fosse uma espécie de striptease. Não era. A ideia inicial era que ela ficasse com a cartucheira por seis músicas e tirasse apenas em "Meu jeito de amar", cover de Duda Beat, também lembrada em "Bixinho". Alguns apetrechos eram mais simples e foram usados sem contratempos, como óculos escuros em "Beija eu" e luvas esvoaçantes em "Ciclone", com belo efeito que a deixava com um quê da personagem Tempestade, do "X-men". Juliette em sua turnê 'Ciclone' em show em São Paulo Divulgação/Brunini 'Caramba, essa música é da Juliette?' Além da dobradinha de músicas da amiga Duda Beat, há outras covers, como "Medo Bobo", de Maiara & Maraísa; "Triste, louca e má", do Francisco, el Hombre; e "Dona de mim", da Iza. Uma versão reggae de "Péssimo negócio", de Dilsinho vem emendada com o R&B "Nós dois depois", que na versão de estúdio tem a participação do pagodeiro. "Na minha visão, o pop é muito amplo. Eu quero continuar com os meus elementos, com a minha regionalidade, mas fazendo uma releitura moderna e atual, da minha forma. O meu propósito é criar um som que me represente que faça as pessoas falarem 'Caramba, essa música é da Juliette?'. A música está muito aberta, com vários artistas misturando. Olha o exemplo da Luísa: ela colocou bossa, funk, trap, um milhão de coisas." A já citada "Beija eu" é a responsável pelo único feat da noite. Ela canta com Nairo, maranhense que também já compôs para Anitta e Claudia Leitte. Em "Benzin", ela se emociona. "Quem não acender o celular não me ama e quando o braço doer passa para a outra mão", conclama, antes da música. Ao ver a casa de shows iluminada, tem que segurar o choro. "Sem vocês eu não continuaria, essa vida é bem complicada já." O show é tão bem pensado que rola até uma parte para fazer publi de sua coleção feita em parceria com uma famosa marca de joias e acessórios. "Ela é embaixadora, ela", diz, brincando (e lucrando). A turnê "Ciclone" continua com mais três datas em outubro. Juliette canta em Porto Alegre (dia 14), no Rio (20) e no Recife (21). Em novembro, é a vez de Curitiba (17) e Belo Horizonte (18). VÍDEOS: Juliette no g1 ouviuFONTE: G1 Globo