Paulo Debétio, compositor e produtor de hits da MPB e do sertanejo, morre aos 77 anos no Rio de Janeiro
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Autor de sucessos como 'Nuvem de lágrimas', 'Pelo amor de Deus' e 'Tieta' deixa obra que abarcava sambas, baladas, boleros e guarânias. ♪ OBITUÁRIO – Guarânia que em 1989 abriu as portas para a música sertaneja nas rádios FMs do Rio de Janeiro (RJ), então refratárias ao gênero, Nuvem de lágrimas é o maior sucesso do compositor pernambucano Paulo Debétio (1º de março de 1946 – 19 de junho de 2013), mas não o único.
Em parceria com Paulinho Resende, coautor da guarânia lançada por Fafá de Belém em gravação feita com Chitãozinho & Xororó, Debétio muitas vezes acertou o gosto popular como compositor, produtor musical e diretor artístico de gravadoras como a PolyGram. Morto hoje aos 77 anos em hospital do Rio de Janeiro (RJ), onde se internara ontem, 18 de junho, por estar com falta de ar, Debétio contribuiu para a carreira de muitos cantores. Emílio Santiago (1946 – 2013), por exemplo, tinha mais prestígio do que popularidade quanto estourou em 1982 com o samba Pelo amor de Deus, outra parceria de Debétio com Paulinho Resende. Nascido em Poção, distrito de Pesqueira (PE), o artista foi também cantor e músico, mas é sobretudo como compositor que fica na história da música brasileira. No mesmo ano de 1989 que Fafá emplacou a guarânia Nuvem de lágrimas, Simone fez sucesso com a canção Uma nova mulher e Luiz Caldas estourou com Tieta, tema de abertura da novela homônima, assinado por Debétio com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então o executivo que comandava a produção artística TV Globo. Revelado como compositor em 1971, Debétio compôs com Paulinho Resende baladas, sambas, guarânias e boleros, tendo sido nome recorrente nas fichas técnicas de astros sertanejos como Chitãozinho & Xororó – dupla que gravou músicas como Somos assim (1991), Perigosas emoções (1991), Confidências (1992, mas gravada pelos irmãos em 1993) e Meninos passarinhos (1994) – e Gian & Giovani. O compositor também teve músicas gravadas por Agepê (1943 – 1995), Alcione, Jair Rodrigues (1939 – 2014), Elymar Santos – para quem forneceu o sucesso Dez a dez (1993) – e Wando (1945 – 2012), entre muitos outros cantores. Paulo Debétio refutava o rótulo brega, muitas vezes imposto pelos críticos ao cancioneiro do artista. Argumentava que tinha somente música boa e música ruim. Sob o prisma do sucesso e da aprovação popular, é justo reconhecer que Paulo Debétio deixa algumas músicas boas que transcendem a existência terrena do compositor.FONTE: G1 Globo