RETROSPECTIVA 2023 – Festivais dominam calendário de shows e consagram astros brasileiros
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Nem sempre houve conceito ou critério na reunião de tantos artistas em tantos palcos, mas o público compareceu com fervor aos eventos ao longo do ano, legitimando a nova era dos festivais. Ludmilla se apresenta no The Town 2023, em setembro, e se impõe como uma das maiores atrações da primeira edição do festival paulistano
Luiz Gabriel Franco/g1 ♪ RETROSPECTIVA 2023 – A música brasileira vive novamente a era dos festivais. Não das competições musicais que inflamaram plateias na segunda metade da década de 1960 e ditaram as tendências da MPB, mas dos eventos que agregam vários shows em vários palcos em um ou dois fins de semana. Ao longo de 2023, os festivais dominaram a programação e o calendário de shows. Festivais de pequeno, médio e grande porte foram realizados semanalmente em todo o Brasil, mobilizando o público e consagrando astros brasileiros. Tanto que cantoras até então refratárias a festivais, como Maria Bethânia e Marisa Monte, passaram a ser nomes recorrentes nesses eventos, o que contribuiu para o rejuvenescimento do público das artistas (sobretudo no caso de Bethânia). Entre tantas ofertas, o novato festival The Town chegou em setembro em São Paulo (SP) e, pelo visto, chegou para ficar entre as atrações bianuais da cidade. Na primeira edição, Ludmilla mostrou poder em show que se impôs entre os melhores do festival enquanto Jão apresentou prévia da ainda inédita turnê Super, se confirmando como estrela de primeira grandeza da atual geração pop nacional. Se São Paulo (SP) concentrou os maiores festivais, tendo sido cenário do Loolapalooza em março, do C6 Fest em maio, do Mimo Festival também em maio, do Tomorrow Land em outubro e do Primavera Sound em dezembro, a capital da Bahia saboreou a revitalização do Festival de Verão de Salvador, em janeiro, em segunda edição pautada por encontros de artistas de universo distintos, além de ter sediado em novembro o Afropunk Bahia. Já o Recife (PE) teve o tradicional Rec-Beat (atração do Carnaval no circuito off-folia), o já trintão Abril pro Rock e até o Recife Trap Festival em maio. Correndo por fora, o Rio de Janeiro (RJ) foi palco do Universo Spanta em janeiro, do C6 Fest em maio, do Tim Music Rio também em maio, do Back2Black também em maio e do estreante Doce Maravilha, cuja primeira edição, realizada em agosto com apurada curadoria de Nelson Motta, entrou para a história pelo atraso de horas do show em que Caetano Veloso recriou o repertório do álbum Transa (1972). Nem tão longe assim das capitais, cidades menores também se consolidaram no calendário nacional de festivais. Em Itaipava (RJ), o Rock the Mountain arrastou pequenas multidões para a serra fluminense em dois fins de semana de novembro. De 21 a 30 de julho, o já antigo Festival de Inverno de Garanhuns se confirmou grande, levando somente artistas brasileiros para a interiorana cidade de Pernambuco. Enfim, todas as capitais tiveram festivais e, nessas plataformas, artistas como Marina Sena e Matuê puderam comprovar a popularidade. Nem sempre houve conceito ou critério na reunião de tantos artistas em tantos palcos, além de ter faltado uma maior diversidade na escalação dos elencos, povoados por nomes repetidos a exaustão. Mas o fato é que o público compareceu com fervor a esse eventos ao longo de 2023. Se os antigos festivais da canção entraram sem fôlego na década 1970, o ano de 2023 sinalizou que a era dos festivais do século XXI parece longe de acabar. Caetano Veloso revisita o repertório do álbum 'Transa' (1972) em show estreado em agosto no festival 'Doce maravilha', no Rio de Janeiro (RJ) Alex Woloch / Divulgação festival Doce maravilha Acompanhe a RETROSPECTIVA 2023 do Blog do Mauro Ferreira: ♪ RETROSPECTIVA 2023 – Brasil perde Rita Lee, João Donato, Leny Andrade, Carlos Lyra e outros gigantes da músicaFONTE: G1 Globo